"Meu cliente é inocente, afirmo isso categoricamente", declarou o advogado Valber Melo, que compõe a banca de defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ao sair da Delegacia Fazendária na noite desta quinta-feira (17). Silval continua em interrogatório, mas deverá permanecer em silêncio absoluto durante toda a sessão.
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Mayke Toscano/Hipernotícias
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"Ele queria falar, mas por orientação nossa dos advogados, ele vai ficar em silêncio. Independente do número de perguntas que forem feitas, ele ficará em silêncio em todas as respostas. É desproporcional trazer um cidadão aqui, agora, neste momento, quando ele poderia ser oitivado em uma outra circunstância. Ele nem chegou a começar a cumprir o mandado de prisão e foi trazido para cá. Não tivemos intervalo de conversar com ele. Por essa circunstância ele não vai responder a nenhuma pergunta", disse o advogado.
Valber disse acreditar veementemente que irá provar a inocência de seu cliente nos autos do processo, pois, como aponta, o delator da Operação Sodoma, empresário João Batista Rosa, em nenhum momento cita o ex-governador diretamente, referindo apenas aos ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, que teriam praticado diretamente a extorsão de R$ 2,6 milhões para poder manter os incentivos fiscais ao Grupo Tractor Parts.
"Atribuíram os atos desses outros investigados a ele. Diretamente a Silval da Cunha Barbosa não foi aribuido nenhum ato. O delator citou o nome de outro investigado e presumiu que o governador deveria saber. Não existe nenhuma prova concreta nos autos, nada que ligue diretamente a ele [Silval]", disse Melo.
Não é o que acredita a juíza Selma Rosane de Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que apontou Silval Barbosa como o chefe da organização criminosa que inclui Nadaf e Cursi. O principal fator apontado pela juíza é que Silval foi responsável por assinar o decreto que concedeu os incentivos fiscais ao Grupo Tractor Parts de forma ilegal.
Um dos decretos citados na decisão confirma a realização de fiscalização do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Cedem) nas empresas do Grupo Tractor Parts, requisito para a concessão dos incentivos fiscais. Contudo, o empresário delator afirma que essa fiscalização nunca aconteceu. Para Valber, Silval não pode ser responsabilizado por assinar um decreto, ato corriqueiro e poder exclusivo de um governador. "Era um mero ato de ofício ele assinar esse decreto".
Mas ele lê o decreto? "Ele lê, porque ele era governador, mas ele tem toda uma equipe técnica para analisar. Isso não gera nenhum tipo de responsabilidade, porque a investigação aponta uma série de atos. Pelo menos no que aponta a decisão, o delator sequer falou dele".
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