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Justiça Quinta-feira, 10 de Setembro de 2015, 10:38 - A | A

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Quinta-feira, 10 de Setembro de 2015, 10h:38 - A | A

JULGAMENTO DE ARCANJO

Irmã de Rivelino Brunini dá detalhes sobre operação de Arcanjo e chora perante o júri

MAX AGUIAR

A primeira testemunha do julgamento do ex-bicheiro e chefe do crime organizado em Cuiabá João Arcanjo Ribeiro, Raquel Brunini, irmã de Rivelino Jacques Brunini, prestou depoimento sem a presença de Arcanjo, por medo do acusado. Ela esteve fora de Cuiabá por 12 anos e não quis falar na presença do réu por se sentir coagida e apavorada. 

 

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Divulgação / TJ-MT

raquel brunini - rivelino jacques brunini - juri popular arcanjo

 Irmã de Rivelino Jacques Brunini detalha operação da máfia dos caça-níqueis e chora diante do júri, dizendo que Arcanjo destruiu sua família

O promotor Vinicius Gahyva deu apoio ao pedido da testemunha, citando o Código Penal Brasileiro, que garante à testemunha o direito de prestar seu depoimento longe do principal acusado. A presidente do júri, juíza Monica Perri, determinou a retirada do réu do plenário e começou a audiência. 

 

Trabalhando atualmente como faxineira, a irmã de Rivelino Jaques Brunini disse que ela e o irmão começaram a explorar as máquinas caça-níqueis no Rio de Janeiro no ano de 2000.

 

"Rivelino tinha uns vizinhos que eram bicheiros no Rio de Janeiro e acabou fazendo contato. Daí começou o interesse em trazer as máquinas para Mato Grosso. Do Rio de Janeiro para Mato Grosso ele trouxe muitas máquinas. Não me lembro o total, mas vieram em torno de mil máquinas caça-níqueis pra cá. Rivelino agia junto com Sargento Jesus, que tinha máquinas tanto em Cuiabá quanto em Cáceres. As máquinas ficavam guardadas em um galpão na Avenida da FEB. Todas as máquinas foram trazidas do Rio e exploramos aqui", disse a irmã de Rivelino. 

 

A juíza perguntou a Raquel quem autorizava a instalação dessas máquinas. Arcanjo foi apontado como o autorizador. "Na época, quem mandava aqui era Arcanjo. Ele cobrava cerca de R$ 200 por mês para cada máquina. Em seguida, para provar que tinha marca de Arcanjo, ele estampava o selo 'Colibri'. As máquinas funcionavam por liminar, pois o jogo aqui é proibido. Nessa época, em 2001, meu irmão abriu a Mundial Games. Tinha máquina que dava mil reais e outras R$ 500 por semana. Mas dava bastante dinheiro, pois tinha cerca de mil máquinas. Só não sei com quanto meu irmão ficava. Eu não trabalhava com meu irmão, eu apenas ajudava. O erro de meu irmão foi entrar nessa vida com ganância", completou a irmã da vítima.

 

Divulgação / TJ-MT

raquel brunini - rivelino jacques brunini - juri popular arcanjo

"Meu irmão estava devendo muito na época do crime. Um advogado chegou a informar que havia um mandado de prisão contra ele. Antes de morrer, meu irmão já sabia que qualquer crime que ocorresse naquele círculo de pessoas seria a mando de Arcanjo. Meu irmão foi morto por ganância. Arcanjo tem toda participação. Ele é o bicheiro daqui. Ninguém vende droga em um bairro se outro traficante não der permissão. Assim foi o jogo do bicho. Arcanjo deixou meu irmão fazer o jogo aqui, mas recebendo R$ 200 por máquina. Quando meu irmão começou a ficar devendo, ele acabou sendo ameaçado e assassinado. Arcanjo destruiu uma família", explicou.

 

Raquel ainda contou que, antes da execução, para pagar contas, o coronel Lepester e seus capangas invadiram o galpão onde ficavam as máquinas, a mando de Arcanjo, e reteve os caça-níqueis. "Lepester disse que no galpão ninguém tocava mais em nada. Tudo já era do Arcanjo. Meu irmão não estava lá, meu irmão chegou e ficou do lado de fora, sem poder fazer nada, pois já tinha perdido tudo", disse a irmã de Rivelino, chorando perante o júri.

 

"Excelência, a única coisa que eu quero é que quem matou ou mandou matar meu irmão seja condenado. A nossa família se destruiu depois desse crime", concluiu. Outras nove testemunhas ainda irão depor nesta quinta-feira (10).

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