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Artigos Terça-feira, 15 de Julho de 2025, 10:00 - A | A

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Terça-feira, 15 de Julho de 2025, 10h:00 - A | A

OLIVEIROS MARQUES

Pesquisa Atlas: Lula recupera aprovação. E daí?

OLIVEIROS MARQUES

Vamos entender o momento. O governo Lula e sua base social avançam para além da bolha na disputa político-ideológica, com o conteúdo “pobres x ricos” ganhando protagonismo. A derrubada do decreto presidencial que buscava cobrar IOF de bilionários, bancos e bets serve de combustível. Como “nunca antes na história” do Lula III, esse campo toma a iniciativa do debate.

Actus continuus: o governo e sua base social recebem de bandeja a carta do presidente norte-americano, devidamente estimulada pela família Bolsonaro, com o 03 atuando como lobista-mor contra o Brasil - direto das terras de Pateta e LeFou. Um verdadeiro tiro no pé, como até mesmo aliados do agro e da indústria admitiram.

É nesse cenário - de avanço da iniciativa política e quase unanimidade em condenar a estratégia da família Bolsonaro de usar Trump para chantagear o Brasil, colocando em risco empregos e negócios - que a Atlas/Bloomberg realiza a pesquisa divulgada hoje, apontando crescimento na aprovação do governo e, consequentemente, redução na desaprovação.

Faço esse preâmbulo com os dois primeiros parágrafos para deixar claro, como sempre digo neste espaço: pesquisas refletem o presente - na imensa maioria das vezes, o presente instantâneo. Portanto, não se pode afirmar que os problemas que o governo enfrentava em sua imagem há 20 ou 30 dias se dissiparam. Porque não é assim que as coisas acontecem.

Mas, e daí? O que é possível extrair dos números apresentados por essa pesquisa? Eu arriscaria alguns elementos que podem fortalecer a ofensiva do governo e de sua base social na retomada do diálogo com a maioria da sociedade brasileira.

Mas o mais importante, na minha opinião, é a derrubada do mito (peço desculpas ao leitor pelo uso deste termo, mas não me ocorreu outro) de que a maioria da população brasileira é de direita ou de extrema-direita. Os números da Atlas/Bloomberg - e que deverão ser reforçados por outras pesquisas nesta semana - demonstram que o discurso que venceu em 2018 e garantiu boa performance em 2022 aos extremistas (ainda que com o primeiro presidente não reeleito da história democrática do país) se movia pelo antipetismo, e este está se enfraquecendo a cada dia.

Reprodução

LULA CORAÇÃO

 

Estando correta essa leitura, abre-se uma enorme janela de oportunidades para o diálogo entre o governo Lula e sua base social com vários setores da sociedade que, por diferentes razões, haviam se afastado do lulopetismo. Essa realidade, no entanto, exige cuidado. Seria hora de seguir aprofundando o debate “pobres x ricos”? Redirecionar a narrativa contra o inimigo externo e seus aliados internos? Avançar na pauta da condenação dos golpistas – inevitável, pelo que se depreende da denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República? Ou, então, falar de futuro, de esperança, de um porvir?

Não sou estrategista do governo, tampouco de partidos ou entidades que compõem sua base social, mas arriscaria dizer que os movimentos “pobres x ricos” e o repúdio à chantagem de Trump serviram muito bem para reposicionar esse campo. A patetada da carta do ex-presidente americano serviu para expor os verdadeiros fariseus-patriotas. Com isso, uma parcela maior da população parece mesmo disposta a escutar o governo e seus apoiadores.

Imagino, contudo, que esticar essa corda por muito tempo possa naturalizar a crítica e fazê-la perder força. Talvez este seja o momento de agir como um lutador de MMA que, após encaixar dois diretos de esquerda, dá dois passos atrás no octógono, se afasta do adversário, segue ameaçando repetir os golpes - enquanto planeja e executa o próximo movimento. Um golpe que, eu arriscaria dizer, deveria ser a aposta no amanhã que esse governo e sua base social estão construindo.

(*) OLIVEIROS MARQUES é sociólogo, publicitário e comunicador político.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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