O vereador Samir Katumaka (PL), conhecido como Japonês, usou a tribuna da Câmara de Várzea Grande, nesta terça-feira (4) para pedir desculpas ao colega Cleyton Nassarden (MDB), o Sardinha, após uma troca de ofensas ocorrida na última semana. Apesar do gesto de reconciliação com o parlamentar, Japonês ignorou a prefeita Flávia Moretti (PL), a quem havia chamado de “mentirosa” em plenário.
Durante o pronunciamento, que durou pouco mais de um minuto, Japonês reconheceu ter se excedido e afirmou que o pedido de desculpas era sincero: “Peço desculpa à sua família pelo que eu falei aqui. Então, quero reforçar aos colegas que, por mais que as palavras não se apagarão, estou aqui para pedir desculpa para vocês”, declarou o parlamentar.
Ele disse ainda que se deixou levar pelo calor da emoção, mas não mencionou o nome da prefeita Flávia Moretti, com quem mantém uma relação política estremecida desde que foi retirado da liderança do Governo, em agosto deste ano.
CONTEXTO DO DESGASTE
O conflito teve início na sessão anterior, quando Sardinha criticou o Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE/VG). A fala provocou uma reação exaltada de Japonês, que transformou o debate técnico em troca de acusações pessoais. Visivelmente irritado, o liberal atacou o colega: “Um cara que não tem moral para falar [...] porque estava aqui se pegando com uma mulher dentro dessa Casa. [...] Que moral esse cidadão tem para falar de família e de Deus? Quem é esse porcaria?”, disparou Samir, insinuando que Sardinha teria sido flagrado pela esposa em situação constrangedora dentro do gabinete.
No mesmo discurso, Japonês, que já foi líder da prefeita Flávia Moretti e do vice-prefeito Tião Zaeli, ambos do PL, criticou a gestão municipal e direcionou palavras duras à chefe do Executivo.
“A culpa dessa porcaria dessa água é do Jayme [Campos], é do Kalil [Baracat], que não resolveram, e agora principalmente dessa mentirosa Flávia Moretti. Cadê a água?”, afirmou em plenário.
No sábado, durante o evento da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro em Sorriso, sem citar Samir, Flávia afirmou ser vítima de violência política de gênero. "Tenho sofrido (violência política) dia a dia, semana a semana. Isso reflete no meu filho, na minha mãe, que chora me vendo ser chamada de mentirosa”, falou.
A fala de Samir direcionada a Flávia gerou forte repercussão nos bastidores políticos. Aliados da prefeita passaram a defender a expulsão de Japonês do PL, e o caso teria sido levado à cúpula estadual do partido.
Apesar disso, fontes afirmam que o tom mais contido do vereador nesta terça, indica uma tentativa de reaproximação. Segundo interlocutores, a “turma do deixa disso” já teria atuado para apaziguar o conflito dentro da legenda.
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