O presidente do PRD em Mato Grosso, Mauro Carvalho, avaliou ao HNT TV Entrevista - podcast do Hipernotícias - que o governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos), agiu corretamente ao encaminhar a denúncia de suposto uso irregular de emendas de deputados estaduais à Controladoria Geral do Estado (CGE-MT). Carvalho ressaltou que Pivetta teria prevaricado se ignorasse as informações encaminhadas ao gabinete da governadoria. Segundo Mauro, Otaviano seguiu a cartilha, atuando como "qualquer político" em cargo público.
"Você recebe uma denúncia e engaveta ela? Isso é crime. Você vai prevaricar? Vai ser omisso?", questionou Mauro Carvalho. "Pivetta fez aquilo que qualquer político que esteja em qualquer cargo público faria", emendou o presidente estadual do PRD.
Pivetta fez aquilo que qualquer político que esteja em qualquer cargo público faria
À época, outubro de 2024, Pivetta comandava o Executivo em obediência a licença do governador Mauro Mendes (UB) para missão internacional. O escândalo das emendas envolvendo a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT) para compra de kits agrícolas superfaturados custou a exoneração de Luluca Ribeiro (MDB), nomeado no período como titular da pasta e desencadeou a Operação Suserano pela Polícia Civil.
A investigação ainda está em andamento. Parte do inquérito foi vazado em reportagem do UOL, gerando descontentamento entre os 14 deputados mencionados. Mauro Carvalho, que é ex-chefe da Casa Civil e profundo conhecedor dos bastidores do Palácio, acredita parte dos dados veiculados pelo site de notícias nacional estejam incorretas. Para ele, o número de parlamentares e os respectivos valores repassados a organizações da sociedade civil (OCS) são menores.
Tem coisas no relatório que não condizem com a verdade. Tem que ser refeito
"Não acho que são 14 deputados, são menos deputados que encaminharam emendas, tem algumas coisas nos relatórios com valores que estão diferentes, tem que ser colocado às clara", opinou Mauro Carvalho. "Tem coisas que foram divulgadas que não são verdade, tem que ser refeito", cobrou o presidente do PRD.
DESGASTE COM A BASE NA AL
O mesmo apontamento de inconsistência no relatório foi destacado pelos deputados estaduais que decidiram convocar o controlador-geral do Estado (CGE-MT), Paulo Farias Nazareth Netto, para audiência pública na última quinta-feira (26). Na ocasião, Farias Netto acentuou que a função do órgão não é investigar os parlamentares, mas apurar o uso do dinheiro público e explicou que o procedimento interno desempenhado pela CGE comprovou "problemas" no uso das emendas por parte dos beneficiados e não dos deputados.
A declaração de Farias Netto fez o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB), reagir. No mesmo dia, a Casa de Leis enviou requerimento ao governador Mauro Mendes (União Brasil) solicitando que o secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), César Roveri, desse início a investigação para chegar até o responsável por vazar os dados sigilosos do Estado.
Mauro Carvalho disse ao podcast que não tocou no assunto no último encontro com Otaviano Pivetta. No entanto, reiterou seu posicionamento sobre a coerência do vice-governador e lamentou o desgaste do Executivo com parte dos deputados da base.
"Se eu estivesse na Casa Civil e recebesse uma denúncia de qualquer pessoa que seja para falar de alguém do governo, eu, como funcionário público, tenho o dever ético e moral de encaminhar essa denúncia para os órgãos e foi isso que o Otaviano fez. A Controladoria tem a obrigação e dever de fazer o levantamento. Agora, se isso causou ruído ou não causou ruído, como cidadão, ele é obrigado a fazer isso", concluiu o presidente do PRD.
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