Responsável pelos principais e mais polêmicos processos decorrentes de casos de corrupção em Mato Grosso, a juíza titular da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (25) para pedir mobilização e reação social contra as duas propostas que podem ser incluídas pelos deputados da Câmara Federal no pacote de “10 medidas contra a corrupção”, elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em uma gravação de vídeo, a magistrada afirma que as duas medidas são uma tentativa de golpe arquitetada no Congresso Nacional.
Os líderes políticos pretendem incluir a anistia ao crime de caixa 2, praticado com doações ilegais e ocultas nas campanhas eleitorais. Ao mesmo tempo, buscam punir juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade por desvio de conduta e abuso de poder.
“Estou aqui para pedir aos senhores que reflitam e que reajam contra essa tentativa de golpe que está sendo arquitetada no Congresso Nacional”, diz Selma Arruda. A juíza ainda afirma que, se aprovadas, as medidas colocariam fim nas investigações da Operação Lava Jato, maior escândalo de corrupção na história brasileira. Ela diz que as regras também querem “amedrontar juízes e promotores que ousarem investigar esses corruptos”.
Selma é responsável pelos processos que envolvem políticos e "ex-políticos" de Mato Grosso, como o ex-deputado estadual José Riva e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que está preso por decisão da magistrada há mais de um ano. A defesa de Silval pede reiteradamente a suspeição da juíza nas ações.
Também nessa sexta surgiram outros vídeos, que rapidamente se espalharam pela internet, de autoridades ligadas a órgãos de investigação pedindo mobilização contra as medias. E o movimento “Vem Pra Rua”, que articulou protestos contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tem convocado a população para voltar a protestar contra a corrupção no dia 4 de dezembro em todo o Brasil.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que vai se reunir com líderes e presidentes dos partidos até a terça-feira (29) para discutir melhor a proposta. Ele negou qualquer manobra ou acordo e ressaltou que não há anistia negociada.
“Vamos acabar com essa discussão de anistia, não há anistia de um crime que não existe. É só um jogo de palavras para enfraquecer e desmoralizar o Parlamento”, disse.
Maia também disse que o Plenário pode decidir sobre o que quiser.
“O Plenário tem independência para votar todas as matérias, para aprovar qualquer texto, para rejeitar qualquer texto e ninguém pode se sentir prejudicado por esta decisão soberana”, disse.
O relator da proposta, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que os deputados precisam de tempo para analisar a proposta aprovada na madrugada da última quinta-feira (24), que altera cerca de 30 leis. (Com Agência Câmara)
Veja o vídeo:
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