Condenação de Arcanjo "repara a hipocrisia de um Estado que lhe deu título de comendador", diz promotor

O promotor de Justiça Vinicius Gahyva, que comandou a acusação contra João Arcanjo Ribeiro no Tribunal do Júri que durou dois dias, disse que, por da condenação do réu João Arcanjo Ribeiro por mais de 44 anos em regime fechado, o júri popular comprovou que ele não era santo, conforme sua defesa apresentava.

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Assessoria / TJMT

 Condenação de Arcanjo começa a reparar "a hipocrisia de um Estado que lhe deu título de comendador", diz promotor Vinicius Gahyva

À imprensa, o promotor ironizou a canonização e disse que a hipocrisia acabou. “O resultado do júri e a avaliação do povo não o elevaram a santo, muito pelo contrário. Foi reconhecida hoje que a hipocrisia de um Estado que lhe deu um título de comendador está sendo reparada”, disse o representante do Ministério Público.

Vibrando com o resultado, Gahyva salientou que não existe crime perfeito e que toda situação imposta por Arcanjo nos anos 2000 e a máfia dos caça-níqueis, hoje acabada, mostra que ainda dá pra sonhar com um futuro melhor pras crianças.

“O resultado já era esperado por toda sociedade, a sociedade não mais tolera esses casos de pistolagem. A sociedade merece um ambiente limpo da criminalidade, hoje combatemos o crime organizado e vamos combater sempre. O estado merece um futuro melhor para as crianças e isso interessa a todos nós, e é importante que essas hipocrisias sociais que pairaram e pairam sobre o estado sejam extintas”, disse o promotor.

CONDENAÇÃO

João Arcanjo Ribeiro foi condenado a 44 anos de prisão em regime fechado por ter chefiado a máfia dos caça-níqueis em Mato Grosso e ter encomendado a execução de Rivelino Brunini e Fauze Rachid Jaudy, em plena luz do dia na Avenida do CPA. Arcanjo também responderá por uma tentativa de homicídio contra o pintor Gisleno Fernandes, que não tinha nada a ver com o crime, mas estava passando pelo local e acabou sendo atingido.

Segundo o Ministério Público, o ex-comendador mandou matar Brunini por desobediência. “Quem não obedecesse as ordens de Arcanjo, acabavam morrendo. Quem estava em torno de Arcanjo na época morreu. Sávio Brandão, por denunciar todo esquema no Jornal Folha do Estado também foi uma das vítimas”, diz trecho do processo.

Ao saber da condenação, familiares e o réu choraram no Tribunal do Júri. 

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