Em nota, o órgão explicou que a interdição foi realizada após o estabelecimento apresentar falhas "consideradas graves", como impedir que os fiscais continuassem a vistoria, não apresentar notas fiscais dos combustíveis comercializados e não informar os nomes dos distribuidores nas bombas de abastecimento.
A bandeira e o endereço do posto não foram informados e, por isso, não foi possível localizar a defesa.
A vistoria foi feita após denúncias de consumidores ao Procon-SP e ocorre em meio à investigação de intoxicações por metanol a partir da ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas, cuja cadeia de contaminação pode ter origem em postos de combustíveis.
"As ações de fiscalização em postos de combustíveis se tornaram mais estratégicas e necessárias por causa da suspeita das autoridades policiais, que investigam a possibilidade de adulteradores de bebidas terem adquirido etanol em postos de combustíveis, os quais, por sua vez, estariam comercializando o produto também adulterado, com a adição de metanol", diz o Procon-SP, em nota.
De nove estabelecimentos vistoriados, seis apresentaram irregularidades, diz o Procon-SP. Apenas um precisou de interdição. Não há nenhuma informação de que os postos em questão apresentavam metanol no combustível ou de que os locais faziam a distribuição da substância para fábricas clandestinas de bebidas, como apontaram investigações da polícia na semana passada.
A cidade de São Bernardo tem sido um foco das intoxicações. Além de registrar uma morte das cinco já confirmadas no Estado pela ingestão de metanol, a da jovem Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, o município concentra 36 dos 100 casos que atualmente estão em investigação no território paulista. Ao todo, são 28 casos confirmados de intoxicação em todo o Estado.
Além disso, a cidade do ABC paulista registrou outras duas mortes suspeitas de serem causadas pela ingestão de metanol e que ainda estão sendo analisadas.
Na semana passada, a Polícia Civil localizou em São Bernardo uma empresa clandestina apontada como responsável por adulterar bebidas alcoólicas que intoxicaram uma das vítimas. Investigações apontam que o local adquiria etanol - usado para fraudar destilados - de um posto de combustível, que repassou o produto contaminado por metanol.
Em agosto, a Polícia de São Paulo, a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado desmantelaram um esquema do Primeiro Comando da Capital que consistia em utilizar o metanol para adulterar combustível e vender o produto em postos usados para lavar o dinheiro do crime organizado. Autoridades paulistas, no entanto, descartam a participação da facção nos recentes casos de intoxicação pela substância.
(Com Agência Estado)
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