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Artigos Quinta-feira, 17 de Julho de 2025, 07:58 - A | A

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Quinta-feira, 17 de Julho de 2025, 07h:58 - A | A

SÉRGIO CINTRA

O novo “Big Stick” do trumpismo

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.” (Bertolt Brecht)

SÉRGIO CINTRA

As duas guerras mundiais tornaram os Estados Unidos a principal economia do mundo; em 1944, na Conferência Bretton Woods, na tentativa de reorganizar a economia e o comércio mundial, 44 países digladiam-se em torno de duas teses: a de John Maynard Keynes (Reino Unido) e a de Harry Dexter White (Estados Unidos). Keynes propunha uma moeda internacional, o Bancor, e White queria o Dólar como a moeda de reserva atrelada ao ouro. Os USA tinham as maiores reservas de ouro do mundo e a sua moeda tornou-se hegemônica nas relações comerciais; todavia, em 1971, Nixon, unilateralmente, por conta de uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos, decide desatrelar o Dólar do ouro (Choque Nixon).

Assim, o desatrelamento entre Dólar e ouro, tornando-o uma moeda fiduciária, no médio e longos prazo, trouxe sérias consequências para os EEUU; dentre elas, duas ameaçam a economia norte-americana atualmente e por causa delas a imposição do “Tarifaço” pretendido pelo presidente estadunidense: uma, o superendividamento, US$ 36,2 trilhões (120% do PIB); outra, a desindustrialização e consequente dependência de mercados externos como do Japão e da China. Mesmo que Trump use cortinas de fumaças para justificar esse tarifamento exorbitante (bravatas trumpistas (“Estamos fazendo isso porque eu posso fazer.”) e de ataques ao Supremo Tribunal Federal (“É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”); ele e sua equipe econômica querem, em parte, reeditar o “Acordo Plaza” (1985) e o “Acordo do Louvre” (1987) para impor um novo acordo monetário que salve a economia estadunidense.

Nem o “Tarifaço Global”, porque é preciso “combinar” com os chineses, nem o novo acordo monetário, que anseia com a continuidade do Dólar como moeda fiduciária de reserva, prosperarão; ao contrário, trarão desaceleração do comércio global; mercados financeiros mais voláteis; tarifas recíprocas e protecionismo; redirecionamento das cadeias produtivas; enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e estagflação global.

Então é o caos? Depende. Se os USA continuarem se apoiando na arrogância, no protecionismo e no ufanismo (“Make America Great” ou “Torne a América Grande Novamente”), impondo medidas unilaterais e repaginando, para pior, o “Big Stick” muito provável que as relações multilaterais mudem completamente. O mundo como conhecemos desaparecerá. Contudo, se retomarmos a proposta keynesiana pensando em uma moeda de reserva internacional não capitaneada por um país; uma “federação” de bancos centrais; uma relação comercial justa entre países; um controle maior no fluxo internacional de capitais para garantir políticas de pleno emprego, agregando novas tecnologias e sustentabilidade, haveria a possibilidade concreta de contribuirmos na construção de uma sociedade na qual possamos pensar que “A verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas escapar das antigas.” (John Maynard Keynes).

(*) SÉRGIO CINTRA é professor de Linguagens e está servidor do TCE-MT.
sergiocintraprof@gmail.com

 

 

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