O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, afirmou que o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), usou indevidamente o ambiente escolar para promover divisões político-partidárias. Fala, nesta segunda-feira (18), refere-se ao vídeo, gravado por Abilio numa escola do Estado, expondo estudantes que fizeram o 'L'. Abilio também foi alvo de repúdio da Defensoria Pública pelo episódio.
No conteúdo, Brunini insinuou que uma estudante de uma escola estadual não sabia resolver uma simples conta matemática por ser simpatizante da esquerda. Depois de se 'trollado' pela aluna para tirar uma foto fazendo o 'L', ele questionou a menina quanto era 4x4 e, logo após ela dizer que não sabia, ele atribuiu o fato à referência ao presidente Lula (PT).
Alan Porto afirmou que conversou com o prefeito e que não vai admitir a postura. “Frisei que educação em ambiente escolar não é lugar para promover divisão partidária-ideológica-política, a gente não pode admitir. Ele, enquanto prefeito tem que dar exemplo”, destacou Porto.
O secretário ainda reforçou que o aprendizado de estudantes enfrenta desafios diversos e não pode ser avaliado de forma simplista ou utilizada para humilhar.
“Expor crianças e adolescentes a situações vexatórias não é o melhor caminho, não é a esquerda ou direita que vai resolver o problema da Educação. Nós estamos falando de acolhimento, de respeito, nós estamos falando de uma Educação propositiva onde leva o conhecimento e a interação social”, completou o secretário.
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Já a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT), por meio de nota pública, manifestou repúdio à conduta do prefeito, ressaltando que a exposição de crianças e adolescentes para reforçar disputas político-partidárias configura violação de direitos previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“A vinculação de estudantes a ideologias políticas ou a utilização de sua imagem para reforçar discursos polarizadores viola o princípio da proteção integral e o direito à educação livre de constrangimento e discriminação”, destacou a Defensoria.
O órgão ainda reiterou que agentes públicos devem preservar a integridade emocional de crianças e adolescentes, principalmente nas redes sociais para evitar humilhação ou constrangimento.
“Agentes públicos têm o dever de preservar a integridade emocional e a imagem de crianças e adolescentes, evitando qualquer forma de exposição que humilhe ou provoque constrangimento, especialmente nas redes sociais, onde os impactos são potencializados e de difícil reversão. O respeito às crianças e adolescentes é inegociável”, finaliza a nota.
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