Nesta segunda-feira (24) a juíza Selma Arruda, titular da Sétima Vara Criminal, ouve o pedreiro Sebastião Faria usado como “laranja” para a abertura da empresa SF Assessoria a promover o desvio dos erário por meio do superfaturamento do valor da desapropriação do terreno está localizado o Jardim Liberdade.
Como contou o delator Filinto Muller, Sebastião era seu conhecido e pedreiro em Cáceres. Ele veio para Cuiabá para abrir a empresa em seu nome, mas o verdadeiro administrador era Filinto, que inclusive chegou a a falsificar a assinatura do Laranja nos documentos referentes aos recebimentos do valores da desapropriação do qual R$ 15 milhões, dos R$ 31 pagos pelo Estado, foram revertidos para a organização criminosa liderada por pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Sebastião foi arrolado pelas defesas dos réus o ex-procurador Francisco de Andrade Lima (Chico Lima) e pelo ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, ambos presos no Centro de Custódia da Capital (CCC). Durante a tarde as defesas desistiram na oitiva da testemunha, porém ele concedeu entrevista à imprensa antes de ser liberado.
Também será ouvido o ex-procurador José Vitor da Cunha Gargalione citado pela defesa de Chico Lima. Também será ouvido o servidor Arnaldo da Guia Taques, comum também à defesa de Cursi.
Ayrton Lellis Raffa Junior será ouvido como testemunha do ex-presidente do Metamat, João Justino Paes de Barro.
Pela defesa do empresário Alan Malouf será ouvida a testemunha Beatriz D’ Ambros.
Conforme informações, as investigações realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa. Do valor pago pelo Estado, R$ 15 mil retornaram para os bolsos dos membros da organização.
Jessica Bachega - HiperNotícias
Arnaldo Taques (camisa rosa) é servidor do Estado e foi responsável pela medição do terreno
14h30 - O primeiro a depor nesta tarde é o servidor Arnaldo Taques. Ele é geólogo e era servidor de Silval Barbosa durante os quatro anos de gestão. Ele fez laudo de avaliação da área desapropriada no bairro Jardim Liberdade. A defesa de Marcel de Cursi questiona a testemunha se alguma vez compareceu ao Ministério Público ou ao Cira. Arnaldo responde que foi ao MP prestar esclarecimentos sobre a avaliação da área.
14h32 - Ele disse que levou cerca de 60 dias com o processo e foi 5 vezes até a área de 97 hectares. Junto com o engenheiro ele avaliou a área de R$ 92 milhões aproximadamente. O valor era compatível com o de mercado, no fim de 2013. "Depois que a gente emite laudo não sabemos mais o que acontece " disse o servidor que relatou não ter recebido nada além para fazer a avaliação e nada de irregular foi solicitado referente ao processo.
14h35 - Arnaldo explica as metopologias adotadas para a avaliação da área atendendo ao pedido do advogado Leonardo Bassil, que defende o réu Silvio César Corrêa. "Por ser uma época de Copa do Mundo todos os valores de imoveis foram elevados" contou a testemunha.
Indagado sobre uma avaliação feita da mesma área pela Controladoria Geral do Estado, a testemunha afirma que não sabe ao certo a medologia usada por eles, mas acredita que foi feita sobre uma planta genérica antiga. "Hoje tem loteamento ali que custa R$ 60. A avaliação deles diz que o metro custaria R$10. Com esse valor você compra um cachorro quente no Ze Dog. Não existe terreno para comprar com dinheiro de cachorro quente " relata.
Na continuidade do depoimento Arnaldo disse que sempre alguém da Casa Civil ligava pedindo o laudo, mas não soube dizer quem estava fazendo as ligações. Vale ressaltar que a Casa Civil na época era comandada por Pedro Nadaf, que foi preso junto com Silval durante a Operação Sodoma, mas atualmente está monitorado por tornozeleira eletrônica.
14h45 - A promotora de Justiça Ana Bardusco questiona a testemunha sobre a tramitação do processo de avaliação e a testemunha afirma que apenas uma vez percebeu algo anormal que foi a rasura na data em que ficou com o processo.
14H50 - Encerrada oitiva de servidor.
14h56 - O próximo a ser ouvido é o juiz José Luiz Leite Lindote. Ele foi arrolado pela defesa de Marcel de Cursi. O magistrado era responsável pelos precatórios na época da desapropriação.
15h34 - Para a juíza Selma Arruda, Lindote comentou que foi colega de trabalho de Marcel de Cursi na Secretaria de Fazenda. Trabalhou no setor de precatórios entre 2010 a 2012 e nunca conversou com o secretário para tratar de regulamentar pagamentos.
15h36 - "Marcel era bem conceituada na Secretaria de Fazenda. Nunca ouvi nada que o desabonasse enquanto estive na Secretaria Secretaria de Fazenda", disse o magistrado que foi arrolado pela defesa do réu.
Atualizada ás 17h42- o ex-procurador José Vitor da Cunha Gargalione não foi intimado e não comapereu à audiência.
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