A Juíza Sonia Nazaré Fernandes Fraga, da 24ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a prisão preventiva da estudante Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, acusada de atropelar a matar o gari Alceu Ferraz, 61 anos, no centro de São Paulo, em 2015. A decisão pela prisão foi tomada nesta quarta-feira (7) durante audiência de instrução e julgamento, na qual a ré não compareceu.
A magistrada afirma que a jovem estava amparada por advogados que foram intimados da audiência, porém, mesmo assim não se fez presente no interrogatório.
“ [...] os fatos praticados são graves, tiraram a vida de um trabalhador e causaram comoção nacional, de forma que nada justifica a postura omissa da acusada e que está a impedir a aplicação da lei penal; desta forma, presentes os requisitos legais, requer-se desde logo a decretação da sua prisão preventiva, em especial para garantir a aplicação da lei penal”, diz trecho da decisão.
Testemunhas e advogados da jovem também não compareceram a audiência e nem apresentaram quaisquer justificativas.
Além de decretação da prisão, a juíza determinou que o Núcleo de Investigação fosse acionado para descobrir o endereço da acusada.
Hivena dirigia em alta velocidade quando atropelou Alceu e o colega de trabalho José João, que limpavam a rua quando foram atingidos. Ela fugiu sem prestar socorro e ainda comunicou a polícia, via 190, repassando informações falsas para justificar o dano ao seu carro. Alceu morreu no local e José foi encaminhado para atendimento médico.
“Esse possível perfil de quem procura a qualquer custo se desvencilhar da aplicação à lei penal persiste diante de inequívoco comportamento uma vez que a ré foi qualificada nos autos de investigação policial e no qual constituiu defensores para acompanhamento da fase investigatória. Portanto, quebrou com o dever de comunicar nos autos qualquer alteração de seu endereço. Não há em sede judicial defesa constituída e com isso, a apuração dos fatos ficará a tempo alhures, por conveniência da acusada, até que resolva comparecer em juízo. Com isso, inequívoco comprometimento à instrução criminal cuja colheita se afastará da data do fato prejudicando a busca da verdade real. São fundamentos pelos quais decreto a prisão preventiva de Hivena Queiroz Del Pintor Vieira”, consta na decisão da magistrada.
No documento, a juíza marcou nova audiência para o dia 17 de julho desse ano, as 15h.
Na época a jovem era moradora de Cuiabá e estudava arquitetura na Capital paulista.
O caso
Era madrugada quando dois garis que trabalhavam no centro de São Paulo foram atingidos por um carro desgovernado. José João da Silva teve ferimentos leves e o companheiro de trabalho, Alceu Ferraz, morreu minutos depois.
De acordo com uma testemunha, o motorista fugiu sem prestar socorro. À polícia, Hívena Del Pintor disse que só ficou sabendo que havia matado alguém através dos noticiários.
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