O empresário Alan Malouf prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (8) na Vara de Combate a Corrupção alegou à juíza Selma Arruda que o governador Pedro Taques (PSDB) sabia do esquema de caixa 2 em sua campanha de 2014.
Réus na ação oriunda da 3ª fase da Operação Rêmora, denominada Grão Vizir, Malouf explicou que chegou a receber R$ 300 mil do empresário Giovani Guizardi. "Esses recursos não foram contabilizados porque foram recursos não declarados. O Pedro Taques tinha ciência, ele sabia que esses recursos não foram contabilizados na prestação de contas", disse o empresário, que atualmente é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Malouf reafirmou o que já havia dito em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) no ano passado que foi o governador que o teria procurado para que ele o ajudasse em sua campanha.
Alan Malouf também diz que quando foi deflagrada a Operação Rêmora, ele teria se reunido em duas ocasiões com o governador na sede do Palácio Paiaguás, juntamente com o ex- chefe da Casa Civil, Paulo Taques.
O empresário teria dito a eles que o esquema estaria sendo descoberto e que o tucano respondeu que "daria um jeito de resolver".
Quando Giovani foi preso, mandei uma mensagem para o governador e pedi para falar com ele, que estava em Brasília e mandou eu passar no Palácio a noite. Cheguei lá e estavam ele e o Paulo Taques, e falei que o Giovani tinha feito a delação da campanha e estava fazendo isso para pagar a dívida. Ele (o governador) me disse para ficar tranquilo que ele iria dar um jeito de soltá-lo, mas isso não ocorreu. Veio a prisão de Permínio e eu alertei de novo, ele me falou para ficar tranquilo e daí veio a minha prisão", conta.
“O Taques tinha ciência de tudo. O dinheiro que não foi declaro, é obvio que é caixa dois. E o governador sabia disso”, declarou o empresário e saiu da sala da juíza acompanhado de seu advogado.
Diante do depoimento de Malouf, o promotor de justiça Carlos Alberto Zarour informou que toda denúncia será encaminhada à Procuradoria-geral da República (PGR) para averiguar se realmente houve a participação do governador.
“Ele já tinha envolvido o governador Pedro Taques no depoimento ao Gaeco no ano passado. Mas agora ele reafirmou isso em juízo. Por isso nós vamos encaminhar toda denúncia que ele relatou hoje assim como outros depoimentos sobre o caso para a PGR. Só a PGR poderá abrir investigação para averiguar se as denúncias contra o governador Pedro Taques são verídicas. Pois ele tem foro privilegiado”, disse o promotor.
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