“A pior parte é chegar em casa e não ver ele. Não ouvir ele falar: mãe, cheguei. Estou aqui. É difícil entrar no quarto e ele não estar lá. Ter as coisinhas dele e saber que ele não vem mais”, desabafa, emocionada, Patrícia Gusmão, mãe de Maik Gusmão. O rapaz foi assassinado com três tiros, durante a festa de comemoração de seu aniversário em um bar de Cuiabá.
Apesar da dor, a mãe foi quem localizou o assassino do filho, Elton Victor Silvestre da Silva, por sua própria investigação com pessoas próximas e redes sociais.
“Eu quero que a Justiça seja feita. A condenação dele não vai tirar meu sentimento de perda, mas ele preso não vai mais fazer nenhuma mãe sofrer”, relata a mulher, no intervalo do júri popular ao qual Elton foi submetido.
A mãe conta que seu filho era conhecido do acusado e ambos estudaram junto no ensino médio. Porém havia atrito entre os dois, pois o acusado dizia às outras pessoas que Maik “se achava” porque era muito vaidoso e chamava atenção por onde passava.
“Foi um ano e quatro meses de sofrimento e de busca. Tempo que ele está preso e eu quero que fique mais. Porque nesse tempo que ele está na cadeia não está fazendo outra mãe sofrer. Ele pode sair amanhã e matar outra pessoa por ai”, chora Patrícia. “Arrepender no presídio qualquer um se arrepende. O difícil é aqui fora, fazendo outras pessoas sofrerem”, afirma.
“Esse foi o presente que ele [Victor] me deu. No dia em que meu filho iria completar 20 anos eu tive que enterrar ele. Ao invés de festa eu tive um velório”, desabafa.
O caso
A festa onde o crime ocorreu era em comemoração ao aniversário do irmão da vítima, Valdivino Janderson, no dia 1 de maio do ano passado. A festividade foi realizada em local conhecido como Bar da Árvore, no Residencial Aricá, em Cuiabá.
Elton teria chegado armado ao local e queria entrar na festa, mas foi impedido. Ele, então, teria batido em Maik que foi defendido por um dos irmãos. Outra pessoa segurou o acusado que efetuou vários disparos contra Maik, ainda caído.
Após ferir o rapaz, ele atirou aleatoriamente acertando outras pessoas que estavam na festa.
Maik foi levado para a Policlínica do Pascoal Ramos, onde morreu poucas horas depois de ser atendido.
O acusado permaneceu na cidade por mais alguns dias e chegou a dar entrevista durante o evento Viva o Seu Bairro, mas fugiu após saber que estava sendo procurado pela polícia.
Patrícia seguiu com sua própria investigação e ofereceu á polícia informações sobre o paradeiro do assassino do filho. Em setembro do ano passado ele foi preso e está no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).
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