Entre janeiro e março, o Ebitda ajustado da companhia de saneamento registrou alta anual de 17,1% ano, somando R$ 3 bilhões. A margem Ebitda ficou em 55,4% ante 49,2% no primeiro trimestre do ano passado. Na comparação trimestral, o indicador cresceu cerca de 1 ponto porcentual. Já a receita líquida ajustada alcançou R$ 5,43 bilhões, crescimento de 3,9% em um ano.
O CFO da Sabesp, Daniel Szlak, explica que, no caso do lucro líquido, houve um forte impacto positivo não recorrente vindo da bifurcação do ativo financeiro. "Não esperamos manter uma taxa de crescimento de 80% ao longo do ano, mas o primeiro trimestre foi muito bom", diz. "Todas as métricas andaram positivamente no período. Os resultados demonstram que a empresa está ficando mais eficiente", complementa, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
O executivo atribui o desempenho da Sabesp no trimestre ao incremento tarifário, assim como às estratégias de redução de custos, especialmente nas despesas administrativas e de pessoal. A extinção dos descontos a grandes clientes (demanda firme) e recebimento de precatórios municipais também estão entre os impulsos positivos.
Szlak ressalta ainda que uma empresa privada exige menos processos, o que, naturalmente, traz mais eficiência. Contudo, prevê uma trajetória gradual de captura de ganhos. "Observamos evoluções tangíveis nos indicadores, mas não tem como virar a chave de um dia para a noite", diz.
Operacionalmente, a Sabesp registrou crescimento de 4% na produção de água, totalizando 815 milhões de metros cúbicos no trimestre. O número de conexões ativas aumentou para 9,49 milhões em água e 8,22 milhões em esgoto, avanços de 0,6% e 0,9%, respectivamente.
Investimentos
A meta da Sabesp é seguir mirando os ganhos de eficiência, mas sem abrir mão da prioridade número um: a universalização dos serviços, segundo Szlak. O modelo de privatização da Sabesp prevê antecipar, de 2033 para 2029, o acesso universal a esgoto e saneamento na região sob concessão da empresa. "Seria muito leviano correr o risco de prejudicar a universalização para conseguir fazer uma captura de eficiência um pouco mais cedo", afirma.
Diante desse cenário, o capex (investimento) promovido pela Sabesp alcançou R$ 2,85 bilhões no primeiro trimestre, mais do que o dobro do aplicado no mesmo período de 2024 (R$ 1,42 bilhão). Os recursos vêm sendo direcionados a áreas consideradas prioritárias, como a expansão das redes, aumento da capacidade de tratamento, modernização da infraestrutura e atendimento a regiões vulneráveis.
O programa de universalização prevê cerca de R$ 70 bilhões em aportes nos próximos cinco anos, com uma média anual próxima de R$ 14 bilhões. A cifra é o dobro da alcançada em 2024, quando foram investidos cerca de R$ 7 bilhões. "O resultado do trimestre mostra que estamos atingindo o patamar necessário", avalia o CFO.
Szlak destaca ainda a ampliação da carteira de investimentos, com a contratação de mais de 90 novos projetos com execução entre 2025 e 2027. O volume total contratado soma R$ 25 bilhões, frente aos R$ 8 bilhões do mesmo período no ano anterior, refletindo a intensificação do plano de obras.
Entre as entregas do trimestre estão 67 quilômetros de redes coletoras de esgoto e 15 quilômetros de interceptores principais, além do aumento da capacidade de tratamento de esgoto equivalente à remoção mensal de cerca de 12 piscinas olímpicas do Rio Tietê, em comparação ao último trimestre de 2024.
(Com Agência Estado)
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