O apego à terra, o desejo por uma vida mais tranquila e o orgulho de manter vivas as tradições estão levando famílias do interior de Mato Grosso a transformar suas propriedades em destinos turísticos. Duas histórias mostram como essa escolha tem mudado vidas — e também movimentado a economia local.
Em Sinop e Santo Antônio do Leverger, duas famílias abriram as porteiras de suas propriedades para visitantes em busca de uma experiência diferente: viver, ainda que por algumas horas, o cotidiano do campo.
A Fazenda da Família Masiero, no norte do estado, virou ponto de parada para quem quer provar um autêntico café colonial e caminhar entre parreirais. Já a Estância Maués, mais próxima da capital, oferece hospedagem e um café da manhã típico pantaneiro, além de momentos de sossego que parecem tirados de outro tempo.
As duas famílias contaram com apoio técnico do Sebrae/MT para estruturar as propriedades como empreendimentos turísticos. Consultorias e capacitações ajudaram a transformar o que era ideia em negócio. Segundo Rafael Dinartte, analista do Sebrae, mais do que técnica, o trabalho busca fortalecer o turismo rural como alternativa econômica viável, com identidade e afeto.
E os números mostram que há espaço para crescer. De acordo com o Ministério do Turismo, 73% das pessoas que buscam experiências no meio rural querem justamente isso: contato com a natureza e conexão com quem produz.
UM CAFÉ ENTRE OS PARREIRAIS
A história da família Masiero, em Sinop, é dessas que começa quase sem querer. Depois de se mudarem do interior de Santa Catarina, Nelson, Cecília, o filho Marcusi e a nora Valdirene construíram uma vida em seis hectares de terra. Há três anos, um ensaio fotográfico feito entre os pés de uva virou o ponto de virada.
“A Indianara, nossa filha, sugeriu as fotos. Postamos nas redes e começaram a perguntar como visitar. Foi aí que tudo começou”, lembra Cecília.
Hoje, a propriedade recebe cerca de 100 pessoas por mês. O café colonial, servido uma vez ao mês, é inspirado na tradição italiana da família. Visitantes também podem conhecer os vinhedos e comprar produtos artesanais feitos ali mesmo. “Não era o que a gente planejava, mas acabou se tornando um bom negócio. O Sebrae nos ajudou muito nisso”, conta Marcusi, que hoje lidera o projeto.
SOSSEGO E CAFÉ DA MANHÃ PANTANEIRO
No município de Santo Antônio do Leverger, a rotina também mudou para Carlos Olsson e sua família. Depois de venderem a empresa que mantinham em Cuiabá, decidiram viver com mais calma. A fazenda, antes voltada à produção de leite, virou moradia — e, com o tempo, destino turístico.
“Viemos buscar uma vida mais tranquila. Depois de um tempo, sentimos falta do contato com outras pessoas. Foi aí que surgiu a ideia de transformar a casa em pousada”, explica Carlos.
Com orientação do Sebrae, a Estância Maués passou a receber visitantes em busca de descanso e comida de verdade. Agora, a família já pensa em ampliar: querem transformar a pousada em hotel fazenda, com trilhas, passeios a cavalo, ordenha e outras vivências do campo.
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