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Artigos Quinta-feira, 15 de Maio de 2025, 10:48 - A | A

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Quinta-feira, 15 de Maio de 2025, 10h:48 - A | A

SERGIO GUIMARÃES

A verdade não pode esperar

SERGIO GUIMARÃES

Vivemos tempos em que a mentira – ainda vestida com as roupas da verdade – anda cada vez mais habilidosa, utiliza linguagem técnica, argumentos supostamente racionais e até mesmo apelos morais para se passar por legítima. É justamente esse disfarce que a torna ainda mais perigosa; dissimulada como meia-verdade – sutil, sedutora, difícil de desmascarar.

Mas há momentos na história em que o tempo se estreita e a vida pede respostas claras e imediatas. A atual crise climática é um desses momentos. Uma encruzilhada onde cada escolha conta, cada silêncio pesa e cada mentira custa caro; tão caro quanto a própria possibilidade de futuro.

“A crise climática não existe, o que está acontecendo é apenas um ciclo natural”. “As mudanças climáticas não são tão graves”. “Combustíveis fósseis não são o problema”. “Agir contra a crise climática custa caro demais – compromete a economia”. “O colapso climático vai acontecer no futuro, dá tempo de resolver depois”. As mentiras sobre a crise climática não são inocentes – são estratégias de manipulação e atraso, muitas vezes financiadas por grandes corporações ou interesses políticos.

Suas consequências são profundas: desinformam, paralisam e matam. Cobram preço altíssimo, incalculável. São milhares de vidas perdidas, por secas, ondas de calor, incêndios florestais ou migrações forçadas, onde milhões são empurrados para fora de suas casas, dos seus territórios. Por desertificação, elevação do nível do mar, inundações ou colapso agrícola – onde os mais afetados são, quase sempre, os mais pobres, os mais vulneráveis.

Que nossas vozes não ecoem medo, mas coragem. Que possamos ser guardiões da verdade – não por orgulho, mas por amor.

É vital promover a integridade da informação climática. A verdade não pode mais esperar. Mesmo sendo desconfortável, enfrentá-la é o primeiro passo para a regeneração, a justiça e um futuro viável. Cada mentira repetida adia soluções. Cada palavra manipulada afasta o socorro. Cada silêncio é um consentimento sutil à destruição. Mentir sobre a crise climática não é apenas um erro, é uma violência, um crime. Uma traição ao bem comum, à vida.

O negacionismo climático não é neutro. Tem cor, tem dono, tem intenção. Alimenta-se da ganância, da arrogância e do desprezo pela vida. Há uma responsabilidade moral que recai sobre quem insiste em propagar mentiras – eles compartilham a culpa pelos prejuízos que ajudam a causar. Negar o colapso climático é negar o direito das futuras gerações de existir. Desmascarar a mentira é mais do que um ato de coragem, é um gesto de amor à vida. É assumir o risco de dizer o que precisa ser dito, mesmo que doa, mesmo que incomode. É reacender a luz onde muitos preferem continuar no escuro.

A crise climática, além de um desafio técnico, científico e político, é também um chamado espiritual. Um convite profundo a revisitarmos quem somos, nossos valores, o que priorizamos. A repensar nossas formas de viver, consumir, produzir, sonhar. Desmascarar a mentira é um ato de amor à verdade e de cuidado com a vida. Mas, não basta informar, é preciso tocar, despertar. Porque a transformação verdadeira começa no íntimo – quando a verdade encontra abrigo no coração.

Que essas palavras não sirvam à morte, mas ao cuidado. Que nossas vozes não ecoem medo, mas coragem. Que possamos ser guardiões da verdade – não por orgulho, mas por amor. Amor a nós mesmos, à Nossa Casa Comum, à Vida. Amor a tudo que ainda pode florescer.

(*) SERGIO GUIMARÃES é engenheiro civil, especialista em políticas ambientais; cofundador do Instituto Centro de vida - ICV.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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