O senador Wellington Fagundes (PR) intermediou suposto pagamento de propina ao ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte em Mato Grosso (Dnit), Luiz Antonio Ehret Garcia. A negociata se deu para o Dnit liberar pagamentos na ordem de R$ 160 milhões para as obras da Copa do Mundo, nos últimos meses do ano de 2012.
O valor da propina, supostamente cobrado por Garcia, intermediado por Fagundes, seria de R$ 2 milhões. A informação consta na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), firmada junto a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux.
"O declarante [Silval] se recorda que foi procurado por Wellington Fagundes, na época dos fatos Deputado Federal, e atualmente Senador da República, tendo ele [Fagundes] afirmado ao declarante que o Dnit não estava fazendo os repasses em razão do não pagamento de propinas", declarou.
O bloqueio da verba teria se dado, oficialmente, devido a irregularidades nos projetos e teria se perpetuado por um ano. Os recursos foram utilizados nas obras do viaduto do Despraiado, viaduto da trincheira Jurumirim/Trabalhadores, viaduto do Santa Rosa, viaduto do Verdão, Complexo Viário do Tijucal e o viaduto Dom Orlando Chaves.
De acordo com o ex-governador, ele pediu para o ex-secretário da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo de 2014 (Secopa), Maurício Guimarães, levantar o valor e repassar a Luiz Antonio Ehret Garcia. Logo após a solicitação, foi efetuado o repasse no valor de R$ 1 milhão e acertada mais uma parcela no mesmo valor. O recurso teria sido retirado de "retorno" das empresas que prestavam serviços na Secopa.
"O declarante [Silval] não sabe se Maurício Guimarães conseguiu quitar o débito na sua totalidade, mas tem ciência que o Dnit voltou a encaminhar os recursos logo após o início dos pagamentos das propinas a Luiz Antonio Ehret Garcia. Que o declarante não sabe afirmar se Fagundes obteve alguma vantagem nessa operação", finalizou.
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