O ex-governador e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Campos (DEM), se apega a fé e à certeza dos avanços da medicina ao se preparar psicologicamente para enfrentar transplante de fígado. "A cirurgia é de alto risco, mas não há nenhum outro tratamento. Já enfrento esta hepatite há mais de 27 anos", conta Júlio.
Alan Cosme/HiperNoticias
Ex-governador Júlio Campos se apega à fé para enfrentar transplante de fígado.
Em Cuiabá, Júlio realiza uma série de exames pré-operatórios e aguarda passar o feriado prolongado de Carnaval para só então retornar ao Ceará. Os resultados dos exames são todos favoráveis para um procedimento cirúrgico e ele só espera por um doador.
O ex-governador explica que a situação está controlada e ele leva uma vida normal, inclusive trabalhando e administrando os seus negócios. Júlio Campos confidencia que ainda tem muita vontade de viver. "Tenho 70 anos e quero chegar aos 80", revela.
Ex-deputado federal, ele luta pela vida e, acompanhado da filha Sílvia Renata, acaba de voltar do Ceará, onde foi tentar realizar o transplante. Para isso, já se inscreveu para o procedimento em três hospitais referências no país, um em São Paulo e dois no Ceará, sendo um público e outro particular. Um deles é o Hospital Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará.
Lá, Júlio Campos está sendo atendido pelo chefe do Serviço de Transplante Hepático, doutor Huygens Garcia. "No Ceará, também fui recebido por um mato-grossense que realizou o transplante há quatro meses e está ótimo", relata.
Esta unidade cearense é a número 1 durante três anos consecutivos neste tipo de procedimento no país, a frente inclusive do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, que até então era líder em transplantes da América Latina. O Ceará também está a frente do Distrito Federal e Santa Catarina nesta área. "O hospital credenciado pela rede SUS é padrão FIFA, foi preparado para atender na Copa do Mundo", observa.
Conforme Júlio Campos, a média do tempo de espera por um transplante de fígado no Ceará é bem mais rápida até mesmo que nos Estados Unidos. "Nos EUA as pessoas esperam 8 meses pelo transplante. Aqui no Brasil, nas unidades referência, é bem mais rápido. Tem uma lei estadual no Ceará que obriga as pessoas acidentadas a ser doadoras", assegura.
Com 45 anos de vida pública, na qual exerceu quase todos os cargos políticos, dentre eles prefeito, deputado federal, senador, governador e ter integrado o rol de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, Júlio diz que não tem mais qualquer pretensão política. De agora para frente só vai se dedicar aos cuidados com à Saúde e à família. Ele possui quatro netos e quatro filhos. Uma filha é jornalista, outra é professora e outra advogada. O filho Júlio Neto, mais conhecido no meio político, é empresário e já disputou eleição para vereador.
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