A doutora em Sociologia e cientista polítca, Christiany Fonseca, apontou ao HNT TV Entrevista que a candidatura ao governo do senador Wellington Fagundes (PL) ainda está inconsistente. Christiany observou que Fagundes é o candidato do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e não do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A cientista política destacou que para consolidar seu nome à disputa, Wellington precisa ser "cacifado" por Bolsonaro.
Não sei se esse apoio do Bolsonaro para Wellington vai ser um apoio real, orgânico
"A gente sabe que quem bateu o martelo para ele ser candidato foi o Valdemar da Costa Neto, não sei se esse apoio do Bolsonaro para Wellington vai ser um apoio real, orgânico, que levaria esse grupo de direita e os bolsonaristas a realmente apoiá-lo", falou Christiany Fonseca em uma análise da situação do clã de bolsonaristas em Mato Grosso.
A demora para Bolsonaro sinalizar o apoio a Wellington, segundo a cientista, está no passado do senador que foi um defensor da gestão Dilma Roussef (PT), cujo impeachment foi implodindo a reputação do Partido dos Trabalhadores e abrindo espaço à aceitação da extrema-direita.
Camila Ribeiro/HNT
O diretor de Jornalismo Kleber Lima na bancada do HNT TV Entrevista com a cientista política Christiany Fonseca
"O Wellington é caracterizado como político melância, verde por fora e vermelho por dentro, por mais que se apresente como nome da direita, o representante do Bolsonaro", disse Christiany.
PIVETTA É MAIS BOLSONARISTA QUE WELLINGTON
A cientista acredita que o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) é o oponente que com capital político e perfil para brigar com Wellington Fagundes pelos votos da direita. De acordo com Christiany, Pivetta tem posicionamentos mais conservadores que o senador. O vice-governador, inclusive, se declarou de direita nas eleições de 2024 quando anunciou seu apoio ao prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), dias antes de Jair Bolsonaro visitar a cidade.
"Se nós analisarmos, talvez o Pivetta com os seus posicionamentos seja mais conservador do que os posicionamentos do Wellington Fagundes. No entanto, ele está no PL e para ser cacifcado precisa do apoio do Bolsonaro", ressaltou.
Ele anunciou que só vai ser candidato ao governo se tiver certeza que o Bolsonaro vai apoiá-lo
Otaviano, que já cativou o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil) - com quem o Partido Liberal tenta construir "dobradinha" ao Senado - está investindo na aproximação com a extrema-direita. Abilio até chegou a convidá-lo para se filiar à sigla, movimentação que reconfiguraria todo o tabuleiro político.
Wellington está atento aos passos de Pivetta. Na candidatura à reeleição do senador, ele foi apoiado pelo grupo de Mendes, porém, a conjuntura atual não está favorável a Fagundes nesta ala. Dentro do partido, ele já quebrou parte das resistências que tentavam enfraquecê-lo para pleitear ao governo quando o barão do agronegócio, Odílio Balbinotti Filho (sem partido), desistiu de se filiar ao PL e da candidatura ao Paiaguás. A pendência atual é a conquista do aceno de Jair.
"Inclusive, ele anunciou que só vai ser candidato ao governo se tiver certeza que o Bolsonaro vai apoiá-lo", concluiu a doutora.
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