O governador Pedro Taques (PSDB) criticou a volta do deputado Valtenir Pereira, até então no PMDB, para a presidência do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Mato Grosso. De acordo com Taques, em 2010, quando firmou uma aliança como PSB, Valtenir “jogava podre” e que era “traição” todo o dia.
Alan Cosme/HiperNoticias
“Nós dormíamos de botina, com um olho aberto e outro fechado, pois era traição todo dia, toda noite. O PSB é muito importante, é um partido sério, agora mais importante que o PSB é a lealdade, é o companheirismo, é este grupo estar junto”, afirmou Taques, durante discurso em reunião dos líderes socialistas, na manhã desta segunda-feira (26).
A aliança entre Taques e a sigla socialista vem desde o ano de 2010, quando o atual governador disputou a eleição para o Senado Federal. Desde então, ela vem se repetindo nas eleições para prefeituras e governo. Ainda segundo Taques, ele confia no grupo político da sigla e que independente de partido, o governo vai estar junto dos líderes socialistas.
“O PSB é o partido que está dando sustentação ao governo, sem o PSB não poderíamos estar nesse momento histórico. Independente de nome de partido, sigla, aqui existe um grupo político e o governo precisa do PSB”, disse o governador, acrescentando ainda que a sigla possui dois secretários na gestão estadual.
“Independente disso, eu quero dizer aos senhores, que neste grupo que está aqui, eu confio”, completou.
Sobre a possibilidade de o partido resolver ir para a oposição ao governo, Taques disse que confia nos dirigentes do partido, mas caso este decida realmente ir “eu vou lembrar Roberta Miranda: vá com Deus”.
“Eu confio na direção do PSB, porque vocês têm sido leais comigo, tem sido companheiros, não só na hora da festa, mas na hora da tristeza, das dificuldades, vocês estão juntos”, disse Taques.
A volta de Valtenir
A volta do deputado Valtenir Pereira ao PSB, por decisão do presidente nacional da sigla Carlos Siqueira, gerou indignação dos líderes do partido em Mato Grosso, que cogitam entrar na Justiça para realizar uma eleição no mês de agosto. Com a eleição, eles iriam disputar a presidência de partido no voto, e como consequência, dissolver a comissão provisória e criar o diretório estadual.
Caso não consigam tirar o atual presidente pela via política ou judicial, os políticos do grupo de Mauro Mendes não descartam uma saída em bloco, na próxima janela partidária, que deve abrir em março do ano de 2018 ou ainda neste ano, caso uma nova reforma política seja aprovada.
O consenso formado é de que Valtenir pode continuar como filiado da agremiação, porém não na condição de presidente. O ex-prefeito Mauro Mendes, por exemplo, afirmou que a nomeação do deputado federal foi uma “safadeza” e demonstra “ingratidão”, e que não o aceita como seu líder.
Já o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, adotou um discurso mais leve em relação ao novo presidente. “Eu estou vindo com apelo para que todos fiquem no PSB, para que todos nós fiquemos até quando esgotar todos os esforços para nos manter unido com a direção do partido”, disse o presidente da ALMT.
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