Em discurso emocionado, Selma afirma que paga por ter prendido políticos

A senadora Selma Arruda (PSL) fez, na noite de terça-feira (23), um discurso emocionado na tribuna do Senado Federal, em Brasília. Ela comentou sobre a recente condenação que sofreu do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que cassou seu mandato por abuso de poder econômico e caixa 2. A juíza aposentada, que irá recorrer da ação, afirmou que está pagando pelo que fez em seu trabalho na Sétima Vara Criminal de Cuiabá.

Alan Cosme/HiperNoticias

 

Selma Arruda disse, em seu discurso, que encarou pessoas que eram, segundo ela, intocadas. Por decisões dela, em diversas operações, foram presos políticos como o ex-governador Silval Barbosa, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Geraldo Riva, ex-secretários de Estado, além do ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima.

“Acabei indo para a Sétima Vara Criminal, onde fui responsável por algumas decisões. Me senti liberta pela minha independência em encarar pessoas que nunca tinham sido tocadas, pessoas que, até então, eram intocáveis, como ex-Governadores de Estado, ex-secretários, Presidente da Assembleia, Presidente da Câmara. Consegui colocar todos eles na cadeia, de onde não deveriam ter saído até hoje, e é óbvio que eu sabia que, tempos depois, eu ia pagar pelo que eu fiz. Eu sabia que isso ia retornar a mim de uma forma ou de outra”, afirmou.

A senadora, muito emocionada, rebateu as acusações de que teria praticado caixa 2 e abuso de poder econômico, afirmando que pagou as dívidas de pré-campanha com cheques nominais. Selma Arruda destacou ainda que não atingiu, sequer, o limite de gastos, se somados os valores da campanha oficial e os utilizados antes do período eleitoral.

“Acabei sendo acusada de abuso de poder econômico, mesmo gastando dinheiro exclusivo do meu primeiro suplente, ou seja, autofinanciamento de campanha; mesmo pagando dívidas de pré-campanha com cheque nominal. Isso, lá em Mato Grosso, se chama caixa dois. Eu fui também acusada de abuso de poder econômico, só que, entre os gastos da pré-campanha e os gastos da campanha, não atingi nem o teto. Eu sou muito rica. Eu sou rica em intenções de mudar este País. Eu sou rica só disso. Eu fui advogada e funcionária pública. Tenho uma casa financiada pela Caixa Econômica, que ainda não acabei de pagar”, ressaltou.

A juíza aposentada finalizou seu discurso, que recebeu apoio de diversos senadores da Casa, afirmando que quer um julgamento justo e isento. Ela insinuou que foi perseguida na ação, quando a mesma tramitou no TRE. Selma Arruda também afirmou que não permitirá que digam que terá que usar tornozeleira.

“Estou aqui para fazer um desabafo, para dizer para vocês que eu confio que aqui nós vamos ter um julgamento isento, que aqui nós vamos ter um julgamento menos perseguidor e que aqui eu vou conseguir limpar o meu nome e a minha dignidade, porque isso é a única coisa que eu tenho. E eu não vou permitir que uns e outros digam que eu tenho que usar tornozeleira”, completou.

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