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Política Sexta-feira, 01 de Setembro de 2017, 08:21 - A | A

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Sexta-feira, 01 de Setembro de 2017, 08h:21 - A | A

FESTIVAL DE PROPINA

Em delação, Silvio Cezar entrega operadores financeiros de propinas na gestão de Silval

RENAN MARCEL

Ex-assessor de Silval Barbosa (PMDB), Silvio Cezar Correa Araújo disse, em sua delação, que, além de herdar uma dívida do governo Blairo Maggi com Valdir Piran, o ex-governador peemedebista também teve que arcar, por meio de desvios e propinas, com uma dívida contraída pela Assembleia Legislativa com o empresário, que é dono de factorings.

 

Carlos Dorileo / Folhamax

Silvio Cezar de Araujo - advogado

 Silvio Cezar conta em delação quem eram os operadores financeiros dos esquemas de propina na gestão passada

Conforme a delação, Silvio Cezar costumava se encontrar com os operadores financeiros dos esquemas da gestão passada. Nesses encontros, levava e buscava valores em dinheiro ou cheques, que já haviam sido negociados por Silval com os operadores. Em algumas situações, no entanto, o ex-chefe de gabinete “agia por conta própria a fim de tomar empréstimos para uso pessoal, como também para pagamento de dívidas do grupo”.

 

Um dos operadores financeiros era justamente o empresário Valdir Piran.

 

“Em uma das oportunidades, após entregar o envelope contendo cheques, Valdir Piran devolveu ao declarante [Silvio Cezar] uma nota promissória no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), emitida por Silval Barbosa; no final do governo de Silval Barbosa (2014), o declarante tomou conhecimento, através deste, que se tratava de uma dívida oriunda do governo de Blairo Maggi que Silval Barbosa havia herdado, bem como de dívida existente entre Valdir Piran e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que acabou sendo também assumida por Silval Barbosa”, diz trecho da delação.

 

Silvio Cezar afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que não tinha como fornecer mais detalhes sobre essas dívidas herdadas e assumidas pelo ex-governador, por “desconhecer” as situações e negociações.

 

Outro agente financeiro que emprestava dinheiro ao grupo político, cobrando altos juros, que acabaram sendo pagos com recursos públicos desviados era a empresária Marilena Ribeiro, dona da empresa Construmóveis. Conforme a delação de Silvio, ela teria emprestado R$ 2,5 milhões para o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB).

 

“Por conta dessa dívida era comum Carlos Bezerra ser cobrado por parte de Marilena e com isso, ele se fazia presente de forma constante no gabinete do declarante, a fim de pressionar para que fosse providenciado respectivo pagamento”, conta o ex-assessor do governo.

 

Os juros elevaram o valor da dívida a R$ 5 milhões, ou seja, dobrou o montante. E os pagamentos teriam sido feitos tanto em cheques quanto em “dinheiro vivo”. O recurso teria vindo de propinas pagas por empresários que tinham contratos com o governo, sobretudo na Secretaria de Infraestrutura.

 

Silvio diz que a empresária desconhecia a finalidade dos empréstimos e o dinheiro pego com ela também serviu para pagar o “mensalinho” dos deputados, que, supostamente, cobravam propina em troca de apoiar o programa MT Integrado na Assembleia Legislativa.

 

O suposto mensalinho também teria sido pago com dinheiro emprestado junto ao empresário do ramo dos transportes Rômulo Botelho, com quem Silvio diz ter se encontrado pelo menos três vezes. Rômulo é irmão do ex-deputado Luiz Marinho Botelho, que está na lista dos parlamentares beneficiados com a propina. Segundo Silvio, o empresário tinha conhecimento do esquema.

 

Na delação, o ex-assessor diz que, algumas vezes, fez empréstimos por conta própria, sem a determinação ou intermediação de Silval, para conseguir lidar com a pressão exercida pelos deputados estaduais e “cumprir a missão demandada por Silval”.

 

Apesar do “esforço” para cumprir a ordem do ex-governador, nem todas as dívidas com os operadores financeiros foram pagas. Silvio conta que entregou a Avilmar de Araújo Costa doze cheques de Silval Barbosa, no valor de R$ 1,5 milhão cada um. Um total, portanto, de 18 milhões. A dívida também seria oriunda da Assembleia Legislativa. Mas somente um cheque foi pago e resgatado.

 

“Em uma das oportunidades o declarante foi cobrado por Avilmar e afirmou que o pagamento seria realizado em determinada data; para garantir o pagamento, Avilmar exigiu do declarante um chegue pessoal no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), equivalente aos juros até a data do pagamento daquela parcela; QUE na data aprazada, a parcela devida não foi paga e o declarante não conseguiu resgatar seu chegue”, diz a delação.

 

Por fim, Silvio apresenta ao MPF outro nome que ajudava nas operações financeiras do grupo político de Silval Barbosa: Jurandir, empresário dono da Solução Cosméticos, que gozava da “maior confiança” do ex-governador. Segundo Silvio, a relação entre Silval e Jurandir era antiga e ambos mantinham contato direto. Mesmo assim, o ex-governador mandava seu então chefe de gabinete entregar envelopes lacrados, contendo cheque e dinheiro, para Jurandir.

 

 

Conforme a delação, Silval já havia sido avalista de Jurandir, em duas ocasiões. Os empréstimos teriam sido feitos com a empresa Engeglobal, de propriedade de Robério Garcia, e a construtora Três Irmãos, da família do ex-deputado e atual secretário de Estado Carlos Avalone. Silvio não soube informar o valor dos empréstimos, mas disse que coube a Silval quitar o restante da dívida de Jurandir com as empresas. 

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