O ex-deputado José Riva, confirmou em depoimento na tarde desta quarta-feira (30) que o prefeito eleito Emanuel Pinheiro (PMDB) recebeu dinheiro do esquema de desvios ocorrido durante anos na Assembleia Legislativa e investigado na Operação Arca de Noé.
Na audiência, o promotor Sérgio Costa pergunta a Riva se ele confirma se Jose Carlos Martins, Emanuel Pinheiro, Nico Baracat (falecido) e Benedito Pinto foram beneficiados pelo esquema "Todos os deputados que receberam cheques dessas empresas tiveram vantagem indevida. Independente de quem seja", se limita a dizer. Riva disse que Pinheiro recebeu cheque da empresa Marinez Pacheco.
A audiência de hoje é referente a 15 processos que tramitam no Tribunal de Justiça (TJ), derivados de desmembramentos da Operação Arca de Noé, de 2002, na qual ele é acusado de promover desvios milionários na Assembleia Legislativa.
Tais desvios, segundo o Ministério Público do Estado (MPE), foram feitos mediante pagamento a empresas falsas, por serviços não prestados.
O ex-deputado contou que quando entrou na Assembléia, em 1998, havia uma dívida de R$ 25 milhões com factorings, fornecedores e servidores. Ele era primeiro-secretário e Gilmar Fabris presidente da Assembleia.
Disse que, na época, a Assembleia “tinha crédito na praça” e muitas contas eram pagas com cheque nominal a determinada empresa.
As dívidas eram oriundas de despesas de deputados e eleitores, como passagens, combustível e contas diversas.
Riva conta que havia dívidas junto a Real Factoring, de João Arcanjo. E que Arcanjo era incisivo nas cobranças. Segundo ele, 75% dos valores devidos eram para João Arcanjo.
O ex-deputado conta que a dívida da Assembléia era “monstruosa” porém afirma que não sabe se são oriundas apenas das gestões de Gilmar Fabris e Humberto Bosaipo ou ainda se eram ainda mais antigas.
Em determinado momento as dívidas eram tão grandes que ninguém mais vendia para a Casa de Leis. De forma que os cheques passaram a ser emitidos para as falsas empresas a fim de arrecadar dinheiro para sanar as dívidas contraídas com campanhas eleitorais, anúncios em veículos de comunicação e despesas de parlamentares.
Segundo ele, as empresas passaram a ser utilizadas com mais frequência em 1999. Algumas delas, já existiam e outras foram criadas para atender às necessidades da Assembléia.
O contador de Arcanjo, Nilson Teixeira, foi responsável pela criação de algumas das empresas de fachada.
Riva conta que na época o então governador Dante de Oliveira (PSDB) aceitou contribuir com R$ 22 milhões para a Assembléia pagar Arcanjo, que fazia escândalo e ameaçava os devedores.
"Eu mesmo fui na casa do Arcanjo e tinha muitos seguranças. Pedi para o motorista ficar com carro ligado, porque se me deixassem sair tinha que ir embora logo". lembrou.
Riva conta que as cobranças das dívidas eram direcionadas para ele porque era mais "acessível" e as pessoas o procuravam.
Revela que um dos momentos mais constrangedores foi quando um jornalista apresentador de programa local foi até ele cobrar R$12 mil de um cheque sem fundos passado a ele pelo deputado Gilmar Fabris.
A emisora de radio de Arcanjo recebeu R$4,5 milhões sem prestar qualquer serviço.
"Os cheques eram encaminhados para as empresas e descontados na boca do caixa para atender exclusivamente interesses eleitorais", afirmou o ex-deputado.
Ele disse que nas alegações finais do processo irá apresentar lista com nomes de quem foi beneficiado e valores repassados.
Segundo o ex-deputado, houve uma negociação com a Piran Factoring onde ela adquiriu créditos com a empresa de Arcanjo. Dessa forma a divida que a Assembléia tinha com Arcanjo passou a ser com Valdir Piran. Por isso cheques da Assembleia foram encontrados com o empresário.
Riva afirmou que quando foi deflagrada a operação Arca de Noé, em 2002, é que soube que todas as empresas eram falsas e até em nome de laranjas. “Achei que eles tivessem tido pelo menos um pouco de cuidado na abertura das empresas", disse à juíza. Segundo ele, naquele ano os deputados já tinham quitado as dívidas com Arcanjo.
Informou ainda que o ex-governador Dante de Oliveira fazia repasses para deputados que não participaram do esquema de Riva e Bosaipo. E havia também aqueles que não participam de nenhum dos grupos. "Então tem uma luz no fim so túnel? ", questiona a juíza. “Há muitas luzes" respondeu Riva.
Ele afirma que, entre agiota e factoring, a Assembléia devia mais R$25 milhões. “Eu pensei em renunciar ao cargo quando soube disso. Se tivesse renunciado não estaria aqui hoje", relatou.
Segundo ele, a prisão de Arcanjo foi um grande alívio para todos. "Ninguém tinha coragem de enfrentar Arcanjo. Ele era muito duro na cobrança. Mas ele já estava envolvido na Assembléia quando cheguei e não tinha como mudar".
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Sônia Maria da Silva 01/12/2016
Eu não consigo entender porque essa escória da politica, sujeitos raça infame ainda ganha eleições como Deputado Gilmar Fabris...Porque o Povo ainda é tão FDP, que são comprados com migalhas e falsas promessas....ELES NÃO INVESTEM EM EDUCAÇÃO, PORQUE PORQUE QUEREM POVO BURRO, PRA NÃO ENTENDER AS MARACUTAIAS QUE FAZEM...RAÇA INFAME... DE POLÍTICOS CORRUPTOS QUE DEFENDEM SEUS PRÓPRIOS INTERESSES;
Carlos Nunes 30/11/2016
Tem que perguntar pró Riva sobre o VLT. Por que passaram de BRT para VLT? Por que a turma foi animada para o Porto-Portugal, e decidiram comprar o VLT, sem entender bulhufas de VLT? Com o BRT nem precisava abrir toda a cidade, bastava fazer as pistas em cima do asfalto mesmo, só reforçando o alicerce. VLT, se apagar a luz da rua, ele para e fica esperando a energia voltar. Lá no Rio, na inauguração, acabou a energia do bairro por 1 hora, e o VLT ficou esperando 1 hora. Tem que torcer para a energia não pifar nunca mais, senão a cidade para. Isso é que é modernidade.
2 comentários