Em depoimento ao Ministério Público estadual (MPE), o delator na Operação Rêmora, Giovani Guizardi, afirmou que antes de entrar no esquema de cobrança de propina na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o empresário Ricardo Sguarezi, dono da Aurora Construtora, era quem desempenhava sua função de cobrar a propina dos demais empresários.
Guizardi afirma que entrou na organização criminosa em 2015. Antes disso, Sguarezi executava as cobranças desde a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que está preso há um ano e dois meses, por conta da Operação Sodoma que também investiga cobrança de propina em troca da manutenção de contratos com o Estado e incentivos fiscais.
O delator afirma que Sguarezi agia com o apoio do empresário Luiz Fernando Rondon, também delator no processo. Porém, ambos cobravam uma propina de 3% dos empreiteiros que participavam da organização. Valor este que foi inflacionado para 5% na “gestão” de Guizardi.
Ricardo Sguarezi disse ao Ministério Público Estadual (MPE), no mês de maio, quando a Operação Rêmora foi deflagrada, que Guizardi teria cobrado propina dele, mas que não pagou. Relatou que percebendo a irregularidade, levou a denuncia até o então secretário Permínio Pinto, que o orientou a não pagar.
Em interrogatório realizado esta semana, Sguarezi voltou atrás e confessou que mentiu no depoimento anterior. Ele informou que pagou propina ao grupo liderado por Permínio, mas não revelou valores. No entanto, não revelou que participava ativamente do processo muito antes do dono da Dínamo integrar o esquema.
Guizardi afirmou que quando passou a fazer parte do esquema a organização já existia e era conduzida pelo ex-secretário Perminio Pinto Filho, o servidor Fábio Frigeri e os empresários Leonardo Guimarães Rodrigues e Ricardo Sguarezi.
Guizardi afirmou que, além de arrecadar propina, Sguarezi também fazia os pagamentos indevidos para a organização a fim de garantir seus recebimentos e contratos junto à Secretaria.
O delator mencionou que ele mesmo já recebeu dinheiro pago por Sguarezi referente a locação de salas de aula realizada junto a empresa Relumat, que também é do empresário. “Ele pagava um percentual de 15% de propina sobre o valor de contratos de locação de salas”, informou o delator.
Segundo ele, o valor da propina referente a locação era em torno de R$ 30 mil. Propina esta que Sguarezi narrou em seu depoimento perante o juízo no qual estava na condição de testemunha de acusação arrolada pelo MPE.
O empresário foi procurado para se manifestar sobre as acusações, porém não houve resposta.
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