O advogado Valber Melo, que representa a defesa do filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o médico Rodrigo Barbosa, preso na manhã desta segunda-feira (25) na continuidade da 3ª fase da Operação Sodoma, disse que não tem como provar a inocência de seu cliente, até porque não tomou conhecimento do que lhe é imputado.
Para o jurista, é inadmissível que qualquer pessoa seja presa por conta de uma delação premiada que não tem provas, é falada apenas para obter vários benefícios. “O Rodrigo é médico e atua na iniciativa privada, não tem participação em fatos narrados em uma delação. Não sabemos o motivo da prisão, mas o que não podemos admitir é que o sujeito em 2015 e 2016 vai lá e fale qualquer coisa, e seja encarado como delação em troca de vários benefícios, e o sujeito seja preso como base em uma delação unilateral sem qualquer uma prova”, afirma o advogado.
A delação citada por Valber é referente ao depoimento dado há alguns meses pelo ex-secretário de administração Pedro Elias, em que o empresário Willians Paulo Mischur, pagava cerca de R$ 500 mil a R$ 700 mil por mês em propina ao grupo de Silval Barbosa. Em troca, o ex-governador mantinha o contrato com a empresa Consignus para gerenciar as contas de empréstimos consignados dos servidores do Estado.
Segundo a defesa do filho do ex-governador, Mato Grosso precisa parar de decretar prisões em cima de delações “estranhas”. “Sabemos que é uma decisão de prisão preventiva, mas a defesa não teve acesso à decisão que decretou a detenção. Essa prisão é um desdobramento de uma eventual delação, e o que a defesa não concorda é que prisões sejam decretadas em Mato Grosso, baseados em depoimentos de delatores, em troca de benefícios que eles estão conseguindo. E essas delações não tem nenhuma comprovação. Sabemos que é um desdobramento de depoimento de Pedro Elias, mas a defesa estranha que prisões sejam decretadas baseadas em delações de 2016 e fatos que aconteceram na vigência da gestão anterior”, comentou o advogado.
Valber, por fim, ainda garantiu que irá pedir um tipo de investigação nos órgãos de controle do Estado que preferem passar em tempo real as decisões para a imprensa e não informa os advogados sobre o que está acontencendo. “É estranha que a imprensa saiba em tempo real, mas a defesa não tem acesso a nada. Vamos pedir uma investigação aos órgãos responsáveis”, concluiu o advogado.
Rodrigo Barbosa ficou na Delegacia Fazendária desde 12h30 até as 15h45, quando foi levado ao Instituto Médico Legal para realização de corpo delito e em seguida encaminhado ao Centro de Custódia, onde ficará detido junto a seu pai, Silval Barbosa, que faz aniversário nesta terça-feira (26).
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