O advogado Nauder Junior Alves Andrade foi condenado a 10 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pela tentativa de homicídio de Emily Tenorio de Medeiros. O julgamento no Tribunal do Júri de Cuiabá, nesta segunda-feira (30), o réu optou por realizar a própria defesa. A juíza responsável determinou a execução imediata da sentença, negando ao condenado o direito de recorrer em liberdade.
O Conselho de Sentença acolheu a tese apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), reconhecendo que o crime foi cometido por motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, em razão de sua condição de sexo feminino e no contexto de violência doméstica e familiar.
Conforme a denúncia do MPMT, o incidente ocorreu em agosto de 2023, no bairro Tancredo Neves, em Cuiabá. Nauder agrediu sua então companheira com socos, chutes, golpes utilizando uma barra de ferro e tentou enforcá-la, resultando em múltiplos edemas traumáticos e escoriações.
A tentativa de feminicídio não foi consumada devido a circunstâncias alheias à vontade do agressor, uma vez que a vítima conseguiu se desvencilhar, fugir e receber socorro médico a tempo. A motivação do crime, segundo a sentença, foi uma discussão entre o casal, desencadeada pelo uso de entorpecentes por parte do réu e por sua suspeita de infidelidade da vítima.
Diz a denúncia, que o réu tentou manter relações sexuais com a vítima. Diante da recusa, Nauder teria passado a agredi-la, além de impedir por horas que ela saísse de casa.
A decisão judicial aponta que "o acusado não apenas desferiu socos e chutes contra a vítima, mas utilizou-se de uma barra de ferro para golpeá-la reiteradamente, inclusive direcionando os ataques à cabeça e a outras regiões vitais, o que revela dolo intenso e vontade homicida acentuada".
Ainda de acordo com a sentença, as agressões foram prolongadas, com o réu perseguindo Emily por diversos cômodos da residência e impedindo sua saída por várias horas.
O documento descreve que "a vítima passou por uma madrugada de tortura e pânico". A decisão judicial também ressaltou as graves consequências psicológicas enfrentadas pela vítima.
Emily relatou a necessidade de acompanhamento terapêutico contínuo para tentar restabelecer sua estabilidade emocional e retomar aspectos de sua vida cotidiana.
As marcas emocionais das agressões também comprometeram sua capacidade de concentração e afetaram seu desempenho profissional.
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O relacionamento do casal durou 12 anos e, conforme a denúncia do MPE, sempre foi marcado por um comportamento agressivo do advogado, que seria usuário de entorpecentes.
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