A fatia de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, subiu de 12,7% em julho para 12,8% em agosto. Essa parcela era de 12,1% em agosto de 2024.
Segundo a CNC, a elevação da inadimplência sinaliza que o atual nível de endividamento começa a ultrapassar o limite da capacidade de pagamento das famílias.
"Isso se dá especialmente em um cenário de crédito mais caro e prazos mais curtos. É um sinal de alerta importante para a economia doméstica", avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota oficial.
Já a proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 78,5% em julho para 78,8% em agosto, o sétimo mês consecutivo de altas. O resultado representa o maior patamar de endividados desde novembro de 2022. Em relação a agosto de 2024, quando 78,0% das famílias estavam endividadas, houve alta de 0,8 ponto porcentual.
A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.
Apesar do avanço no endividamento e na inadimplência, houve melhora da percepção do endividamento: a proporção de pessoas que se consideram "muito endividadas" desceu de 15,5% em julho para 15,4% em agosto.
Houve ainda manutenção da tendência de redução dos prazos firmados para os pagamentos, pelo oitavo mês consecutivo: o porcentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano desceu de 31,5% em julho para 31,0% em agosto, menor nível desde fevereiro de 2024, quando estava em 30,9%.
"O avanço contínuo da inadimplência reforça a importância de iniciativas de educação financeira e do uso consciente do crédito", avaliou o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, em nota.
Bentes projeta que o endividamento aumente em 3,1 pontos porcentuais até o fim deste ano, enquanto a inadimplência subiria 1,6 ponto porcentual.
O cartão de crédito mantém a liderança como a modalidade mais utilizada, mencionada por 84,5% dos endividados, mas perdeu espaço em relação à fatia de 85,7% registrada em agosto do ano passado. Na direção oposta, os carnês cresceram em um ano, com uma fatia de 16,6% de menções em agosto de 2025, ante 15,6% em agosto de 2024.
(Com Agência Estado)
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