De todo modo, o recuo do principal indicador da B3 destoa da alta da maioria dos índices da Bolsa de Nova York, diante da possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos em breve, em meio a dados do mercado de trabalho do país. Assim, cresce a espera pela divulgação do payroll americano na quinta (3).
A desvalorização do Ibovespa é puxada em boa medida por ações mais sensíveis ao ciclo econômico e de bancos. O indicador variou entre máxima de 140.0048,843 pontos (alta de 0,36%) e mínima em 138.383,54 pontos (-0,84%).
A queda interna ocorre em meio a incertezas fiscais no Brasil e diante de reposicionamento de carteiras, que acontece em início de mês e de semestre. Desta forma, o Índice Bovespa realiza parte dos recentes lucros. "É o conjunto de realização com reposicionamento de carteira para o segundo semestre. Os bancos estão caindo em bloco hoje, o varejo está azedo", pontua Felipe Sant' Anna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia.
O foco no Brasil continua nas questões fiscais, em meio ao embate entre o governo e o Congresso no âmbito do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), embora surjam alguns sinais de certo alívio quanto aos riscos às contas públicas do País.
Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo nunca teve a intenção de alterar as metas de resultado primário, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma revisão caso o decreto legislativo que derrubou o aumento do IOF não seja revisto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça, dia 1º, a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou uma ação na Corte para reativar os efeitos do decreto que aumentava as alíquotas do tributo. Para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pela Broadcast, a abertura de uma conciliação pode ser uma boa saída para o impasse envolvendo o IOF.
"O cenário interno é um baita motivador para a Bolsa cair e o dólar subir. A incerteza é grande", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Nesta quarta foi divulgada a produção industrial, com queda de 0,50% em maio, igual à mediana das estimativas encontrada na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast. Foi o segundo mês seguido de baixa, dado que o resultado de abril foi revisado de alta de 0,1% para declínio de 0,2%. "O aumento dos juros já está surtindo algum efeito. E nos EUA, a pesquisa ADP indicou desaquecimento da atividade", pontua Guilherme Petris, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Já nos EUA, o setor privado eliminou 33 mil empregos em junho, conforme a ADP, ante previsão de geração de 115 mil postos de trabalho neste mês. O dado eleva a expectativa pelo payroll na quinta, em meio a perspectivas de três cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) este ano, segundo analistas.
Ainda nos EUA, o Senado aprovou na terça o projeto orçamentário do presidente Donald Trump que propõe corte de impostos e gastos. O plano é visto com cautela por conta de riscos à dinâmica fiscal do país, considerando uma dívida de mais de US$ 36,2 trilhões. O projeto amplia cortes de impostos, reforça o orçamento para defesa e deportações, e prevê mudanças profundas em programas sociais.
Por volta das 12h40 desta quarta, as ações do segmento metálico lideravam os ganhos na carteira teórica. CSN ON puxava o grupo das elevações, com 6,66%, seguida por Usiminas PNA (6,10%), Metalúrgica Gerdau PN (4,82%), Gerdau PN (4,50%) e Vale (4,05%). Além disso, era destaque Pão de Açúcar (3,80%). Petrobras, por sua vez, avançava entre 1,30% (PN) e 2,04%).
Na ponta oposta, o maior recuo era Assai (-7,43%). Entre bancos, Unit de Santander perdia 1,98%; Itaú Unibanco PN (-1,02%) e Bradesco cedia entre 1,675 (ON) e 1,32% (PN). BB virava e subia 0,23%.
(Com Agência Estado)
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