Na semana, a curva perdeu inclinação, com o vértice longo caindo cerca de 25 pontos-base e o curto acumulando alta de aproximadamente 10 pontos. O movimento decorre de maior apetite a risco - tanto que o Ibovespa renovou recorde histórico - e na tese de que o Copom terá espaço para a cortar a Selic a longo prazo, após atingir maior nível desde 2006 nesta quarta-feira, a 14,75% ao ano.
Às 17h20, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 marcava 14,790%, de 14,783% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 estava em 13,985%, de 13,970%, e o para janeiro de 2029 cedia para 13,350%, de 13,395% no ajuste anterior.
Destaque da agenda local, o IPCA de abril mostrou um alívio na margem (0,56% para 0,43%), mas o resultado ficou acima da mediana do Projeções Broadcast, de 0,42%.
O qualitativo também foi negativo. O economista da Tendências Consultoria Matheus Ferreira, por exemplo, calcula que a média dos núcleos acumulada nos últimos 12 meses acelerou de 5% em março para 5,3% em abril, maior nível desde julho de 2023. Já nos serviços subjacentes, a alta acumulada em 12 meses atingiu 6,7% agora, a maior desde junho de 2023.
"O IPCA veio feio, com a inflação de serviços ainda pressionada e o mercado não está reagindo a isso. Significa que talvez ainda esteja olhando para a sinalização mais dovish do comunicado do Copom. Também tem muitos investidores locais tomando posição de aumento de risco nas carteiras, o que significa sair de pós-fixados em geral e ir para ativos indexados a inflação ou até prefixados - o que faz a taxa dos juros futuros cair", avalia o diretor de Investimentos da Nomos, Beto Saadia.
Para ele, a ponta curta dos juros, mais resistente, ocorre por posições de hedge. "Quem aposta em queda na taxa longa de juros, acaba apostando uma alta no vértice curto como movimento de proteção", explica.
(Com Agência Estado)
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