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Justiça Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013, 09:33 - A | A

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Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013, 09h:33 - A | A

CRIME ORGANIZADO

Promotor sustenta acusação e fala de 'poder paralelo de Arcanjo'

Arcanjo nega crime; diz não ter "mão suja de sangue" e afirma ser "garimpeiro e bicheiro que deu certo". Senador Taques e o delegado Inácio prestaram depoimentos

JONAS DA SILVA E NAYARA ARAÚJO

(Atualizado às 16h52)




O promotor João Augusto Veras Gadelha fez a sustentação oral da acusação de que João Arcanjo Ribeiro seja o mandante do empresário Sávio Brandão, fundador da Folha do Estado. Ele mencionou uma das motivações para Arcanjo matar o empresário reportagem do jornal O Globo em 2002 sobre o crime organizado.

A publicação foi feita a partir de uma investigação e relatório
de 2001 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que o jornal do empresário reproduziu. Por cerca de uma hora, o promotor explicou os crimes da organização do réu entre 1997 a 2002, com a morte do empresário.

"A prova é farta, não há outra pessoa que tivesse interesse em ceifar a vida de Sávio Brandão a não ser a pessoa de João Arcanjo”, afirmou o promotor.

ARCANJO

Acusado de ser o mandante do assassinato do empresário, proprietário da Folha do Estado, Arcanjo foi interrogado no Tribunal do Júri pelo juiz Marcos Faleiros. Seu depoimento durou cerca de 40 minutos.

“Ser um homem rico, causa uma certa inveja nas pessoas”, afirma. “Sou uma pessoa de origem humilde, ex-policial, garimpeiro e bicheiro que deu certo”, completa.

Ele prestou depoimento visivelmente nervoso, mas fez questão de responder todas as perguntas. O advogado intercedeu em pelo menos duas ocasiões para afirmar que Arcanjo não teria obrigação de responder.

"O único jornal que reproduziu foi a Folha do Estado. Isso incomoda. Foi matéria que mostrou a promiscuidade que existia do poder paralelo no governo, Assembleia Legislativa, Judiciário, polícia. Expôs a entranha do poder paralelo que era comandado por João Arcanjo Ribeiro", comenta a respeito do crime organizado e poder do réu.

Sávio foi assassinado em 30 de setembro de 2002, em frente à atual sede do jornal, no bairro Consil, quando ainda estava em construção. Ele havia ido visitar a obra e recebeu 8 tiros do ex-militar Hércules de Araújo Agostinho, que fugiu em uma moto.

Após afirmar que acusação contra ele tem provocado sofrimento, Arcanjo nega que tenha sido mandante e participado da morte do empresário.

"Não sei quem fez isso. Quero que essa situação se resolva", diz. Mas, admitiu contravenção com o jogo do bicho e negou que tenha homicídio em sua vida. "Não tenho as mãos sujas de sangue".

PEDRO TAQUES

O advogado de defesa de Arcanjo, Zaid Arbid, perguntou no depoimento pela manhã ao senador Pedro Taques (PDT) qual a capacidade mental de uma testemunha do caso e Taques respondeu que não tem habilidade para fazer este tipo de análise.

O senador foi responsável por parte da investigação quando procurador da República e atuava em Mato Grosso na época do crime. Ele prestou depoimento como informante.

Zaid lembrou a investigação da morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral em uma comparação ao caso da morte do empresário Sávio Brandão. E Taques discorreu sobre toda história registrada em 1999, data que antecedeu a morte do magistrado. O senador relatou ainda os procedimentos adotados pela Procuradoria e recursos impetrados pelo acusado de mandar matar o juiz, Josino Guimarães, até o julgamento e absolvição do réu.

Chico Ferreira

João Arcanjo é interrogado pelo juiz Marcos Faleiros

Segundo Zaid, a comparação foi feita para demonstrar que até hoje o caso Leopoldino não tem explicação e Arcanjo não pode viver a mesma situação.

O promotor de Justiça, João Auguto Veras Gadelha, questionou o senador Pedro Taques sobre depoimento de Hércules, apontado como pistoleiro de Arcanjo, após a prisão em Machadinho D’Oeste (RO). Na ocasião, ele confessou o crime e acusou o réu hoje, julgado. “Hércules estava fragilizado em relação às pessoas que o sustentavam. Na época, ele se intitulou abandonado ou usou outra palavra semelhante”, frisou o senador.

Taques disse  que não participou das investigações da morte de Sávio Brandão e lembrou que atuou em outras situações relacionadas à vida de João Arcanjo Ribeiro. Destacou que chegou a ouvir Hércules contando sobre o crime de maneira fria e tranquila. Lembrou também, que trocava informações com o MPE.

O juiz
Marcos Faleiros da Silva, que preside o júri, argumentou que há conhecimento de causa sobre os fatos das testemunhas, e que devem se ater ao homicídio.

PRIMEIRO DEPOIMENTO

A primeira testemunha a depor foi o delegado Luciano Inácio, como testemunha da acusação. "Eu não investiguei o senhor João Arcanjo. Eu investiguei a morte do empresário Sávio Brandão", disse há pouco no julgamento.

Ele pediu para ser feito a leitura do seu relatório de inquérito policial que deu origem aos processos contra Arcanjo. O delegado era responsável pelas investigações da área do crime organizado. O delegado descreveU os precedentes de mortes de João Arcanjo e afirma que há testemunha ocular que presenciou quando o ex-militar Hércules de Araújo Agostinho atirou no empresário.

"O que o doutor Pedro Taques sabe do homicídio? O que sabe de crime de mando de Arcanjo? Porque não foi arrolado anteriormente? Evidente que o propósito da acusação é de influenciar os jurados. Com sua falácia, é um perigo, neste momento e convencimento do senhores jurados", cobrou o advogado.

HiperNotícias

Advogado Zaid Arbid questiona dispensa de testemunhas e o senador Pedro Taques como informantes

O juiz preside nesse momento no Fórum de Cuiabá o julgamento do João Arcanjo Ribeiro nessa quinta-feira no Fórum de Cuiabá, apontado como mandante do empresário e fundador do jornal, morto em setembro de 2002.

Os jurados já foram sorteados e todos os procedimentos iniciais sobre regras do Tribunal do Júri foram lidas pelo magistrado, após cerca de uma hora de início. Familiares, amigos e a viúva de Sávio e proprietária do jornal, Izabella Brandão, fazem homenagem e pedem justiça.

HiperNotícias

Viúva Izabella Brandão (esq.) e familiares presenciam julgamento no Fórum de Cuiabá

No início do julgamento, o advogado de defesa do réu, Zaid Arbid, fez pelo menos três 'questão de ordem' e solicitou que fossem inquiridas para serem ouvidas as testemunhas Maria Clementina e Ronaldo das Neves.

Ele fez dois pedidos de nulidade. O primeiro por cerceamento de defesa e o segundo sobre a extradição de Arcanjo do Uruguai, onde foi preso em abril de 2003.
O juiz informa que há previsão legal de dispensa de Ronaldo “basicamente pelo fato do nosso sistema processual penal, há dever de comparecimento de testemunha na mesma comarca que tenha sessão do tribunal júri”.

Arbid questiona e reforça que não se pode “considerar o direito de não se ouvir a testemunha Ronaldo. Ninguém tem certeza de que ele não está aqui. Ele foi visto na cidade”.

Quanto à testemunha Maria Laurentino, o juiz Faleiros informa que ela está no Fórum e será ouvida.


PROCESSO E PRISÃO CONTRA ARCANJO


Arcanjo chefiava o crime organizado em Mato Grosso, segundo investigações do Ministério Público. Ele foi detido em abril de 2003 no Uruguai. E fazia verdadeiro governo paralelo, tal infiltração e poder de mando que exercia na Assembleia Legislativa, Governo do Estado e Poder Judiciário e estrutura de segurança de Mato Grosso.

O processo e posterior prisão de Arcanjo foi como desmembramento das investigações da Operação Arca de Noé, em dezembro de 2002, desencadeada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, que investigou o crime organizado em Mato Grosso.


(Com informações da Assessoria do TJMT)

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