Segunda-feira, 07 de Julho de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,42
euro R$ 6,39
libra R$ 6,39

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,42
euro R$ 6,39
libra R$ 6,39

Política Quinta-feira, 07 de Abril de 2011, 13:29 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Quinta-feira, 07 de Abril de 2011, 13h:29 - A | A

NOVO PARTIDO

José Riva vai a São Paulo definir filiação ao PSD

Hipernotícias apura que deputado já falou com Henry, estaduais e federais. PSD nasceria como um dos grandes partidos de Mato Grosso

Mayke Toscano/Hipernotícias

O mistério sobre a eventual saída do deputado José Riva, do PP, para ajudar a fundar o Partido Social Democrático (PSD) está perto de chegar ao fim, em função de uma reunião que o deputado mato-grossense terá cidade de São Paulo com o líder do novo partido, Gilberto Kassab, conforme Hipernotícias apurou, com exclusividade. A reunião estava prevista inicialmente para esta sexta-feira, mas pode acontecer até a semana que vem.

Durante os últimos dias Riva tem feito um intenso trabalho de consulta às suas bases para sentir a aceitação da migração. Na terça-feira (05.04) pela manhã Riva telefonou para Pedro Henry, secretário estadual de Saúde e presidente estadual do PP, e logo em seguida se encontraram na Assembléia, onde o tema também foi discutido. Como o assunto ganhou publicidade, apesar dos esforços do deputado para mantê-lo em discrição, Riva procurou Pedro Henry para dizer-lhe que lhe devia uma satisfação sobre o assunto.

Na reunião entre os dois, Riva disse a Henry das suas perspectivas políticas, o que poderia levá-lo a trocar de partido. Henry, por seu turno, pediu ao colega com quem divide atualmente a liderança do partido para ficar no PP, que lá haveria espaço para os dois, mas assegurou que Riva se optar por sair, entenderia.

“Sei que o Riva é uma grande liderança. Quero que ele fique. Mas, se decidir que tem que sair, disse a ele que entenderei, que continuaremos amigos e aliados e que poderemos continuar militando juntos”, afirma Henry.

Oficialmente, Riva declara que ainda não se decidiu, e que “as chances de sair e de ficar são as mesmas, de 50%”.

A interlocutores políticos, todavia, Riva reclama da falta de poder de decisão partidário, já que, embora lidere a maioria dos diretórios municipais (na verdade, comissões provisórias), o diretório regional é controlado por Henry. Esse controle ficou ainda mais forte depois da renúncia do vice-governador Chico Daltro, que era o presidente até dezembro do ano passado.

RESPALDO

Câmara
Pedro Henry pede para Riva ficar, mas adianta que vai entender se ele sair
José Geraldo Riva também tem conversado com prefeitos, vereadores, deputados federais e com seus colegas deputados estaduais. No PP, já falou com todos, embora alguns digam que as conversas foram informais.

Na quinta-feira da semana passada, preocupados com os rumores sobre a saída de Riva, os deputados estaduais Antonio Azambuja (licenciado para assumir a secretaria de Esportes), Ezequiel Fonseca, Airton Português e o federal Nery Geller se reuniram para tentar costurar um entendimento que evitasse a saída de Riva do PP. Foram até Eliene Lima, que lhes disse que o assunto teria de ser tratado diretamente com o Riva. Walter Rabello foi convidado mas não pôde ir para a reunião.

RIVA É O CARA!

Enquanto alguns ainda esperam cautelosos para saber se de fato Riva vai deixar o PP, outros já se decidiram. “Sou do grupo. Acompanho o deputado Riva para onde ele for, por uma questão de lealdade. Tanto que quando ele foi cassado eu não assumi seu lugar”, salintou o deputado Luizinho Magalhães.

Para demonstrar sua lealdade a Riva, Luizinho lembra que se recusou a assumir o mandato na Assembléia Legislativa, ano passado, quando o deputado foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por crime eleitoral.

E acrescentou: “O Riva é humano. Tenho certeza que se ele for para o PSD, o partido vai arrastar uma multidão, o PSD já vai nascer grande aqui, pelo tamanho da liderança dele e pelo respeito que ele tem pelas pessoas”. Para Luizinho, “Riva é o cara!”.

100% LIGADOS

Eliene Lima, deputado federal licenciado para ocupar a Secretaria de Ciência e tecnologia, é um dos que preferem uma definição mais clara de Riva antes de falar do assunto publicamente. Mas, com a insistência do repórter, admitiu que se o colega realmente sair do PP, vai junto.

“Eu tenho praticamente todas as minhas ações políticas com o Riva. Não posso e não quero me dissociar dele. Se o Riva sair e não houver nenhuma insegurança jurídica, irei com ele”, frisou Eliene.

O deputado federal destaca, porém, que a saída do PP seria por uma opção diferente, não por insatisfação. “Gosto muito do PP, partido que já me deu dois mandatos, mas entendo que o Riva é o maior líder do PP e meu aliado”.

UNIÃO E DIVISÃO

ALMT
Deputado Azambuja: quer união, mas fica no PP
O deputado de segundo mandato Antônio Azambuja, licenciado para ocupar a Secretaria de Esportes, revelou que seu esforço, assim como o de alguns colegas, ainda é na tentativa de evitar a saída de Riva do PP. Mas, ele disse que não sai e ficará com Henry.

“Estamos trabalhando para ninguém sair, porque juntos somos mais fortes, mas se infelizmente eles saírem, eu fico”, salientou ele, acrescentando que “estamos trabalhando para que haja união e não divisão”.

Azambuja argumenta ainda que divergências internas não seriam problema. “Temos divergências de conceitos e de estilos de partido, mas isso é normal em partido grande. Isso é que mais importante: hoje o PP é um partido grande”.

ESPERANDO CONVITE

Embora já tenha “conversado informalmente” com José Riva sobre a mudança de partido, o deputado Walter Rabello ainda não se decidiu se o acompanharia na eventual migração para o PSD, até porque, como ele mesmo diz, ainda não foi convidado oficialmente.

ALMT
Escaldado com experiência de 2009, Walter quer garantias legais
“Tenho que esperar um convite oficial. Até agora, ainda não conversei com o Riva a respeito. Não vou falar sobre hipóteses. Se ele for sair e me convidar e se eu achar que é um projeto interessante, então decidirei”.

Rabello, contudo, faz questão de ressaltar que sua posição não é de quem está no muro. “Agora, se você me perguntar se sou parceiro político do Riva, isso eu sou. Mas, sobre novo partido ainda não posso falar, porque não fui convidado e não tenho nada contra o PP; ao contrário, fui muito bem recebido aqui”.

REGIONALISMO

ALMT
Para Ezequiel, situação pode resolver prolema regional

O deputado Ezequiel da Fonseca já reuniu seu grupo político e decidiu que ficará no PP. Embora ele não admita, fontes de Hipernotícias que participaram das consultas do deputado ao seu grupo afirmam que Ezequiel enxerga uma dimensão regional (Grande Cáceres) na possibilidade de saída de Riva, já que Airton Português poderia acompanhá-lo, por estar supostamnte com relações estremecidas com Pedro Henry.

“Não queremos que o Riva saia, porque juntos somos mais fortes. Eu vou continuar no PP, e vou trabalhar até o fim para ninguém sair”, limita-se a dizer Ezequiel, sem admitir o interesse em se afastar de Rondina.

Já o deputado Airton Rondina, o Português, afirma que ainda não decidiu o que vai fazer, e condiciona sua decisão à confirmação da saída ou permanência de José Riva.

“Conversei com o Riva a respeito de partidos, mas nada específico nem definitivo, porque nem ele ainda sabe se vai sair do PP. Se ele for mesmo sair e se me convidar oficialmente, conversarei com ele e também com o Pedro Henry antes de tomar alguma decisão”.

Português nega que esteja com relações estremecidas com Henry, que era seu padrinho político até as eleições do ano passado. “Minha relação com o Pedro Henry está muito boa sim”, assegura.

Airton Rondina Português adianta que só vai se decidir depois de ouvir Riva, Henry e seu grupo político regional. “Preciso consultar meus companheiros que me ajudam, que fazem parte do meu grupo. Temos que ver o que seria melhor para terminarmos esses quatro anos de mandato e também para minha região, frisa.

DEPENDE

A situação mais difícil para tomar a decisão de acompanhar ou não José Riva, caso ele sai de fato do PP, será dos deputados federais Roberto Dorner e Nery Geller, uma vez que são suplentes, e, dependendo do que decidirem, podem perder a vaga na Câmara Federal.

Essa dificuldade pode ser facilmente percebida no cuidado de Roberto Dorner, novato em política, ao falar do assunto. “Não fui convidado. Já conversei com o Riva, mas nada definitivo. O PSD nem foi criado ainda”, alega.

Câmara
Roberto Dorner: de olho nas possibilidades
Mesmo assim, com a insistência das perguntas, Dorner acaba admitindo que pode sim acompanhar Riva. “Não vou dizer que não vou acompanhar o Riva, mas tem que conversar muito. Se tiver que ser, tem que ter muita conversa, sem briga, ver com cuidado as composições políticas”

Hipernotícias não conseguiu falar com Nery Geller, apesar da solicitação de entrevista feita à sua assessoria de imprensa de Brasília. Todavia, como ele foi para o PP a convite de Riva e Eliene Lima – e estar ocupanda a vaga deste último na Câmara Federal -, certamente pesará esses dois fatores na hora de se decidir.

“Ele (Nery) veio para o PP a nosso convite, meu e do Riva. Entendo que a tendência seria ele também acompanhar o Riva, se essa for mesmo a decisão”, observa Eliene Lima.

FORA DO PACOTE

O governador em exercício Chico Daltro também pode deixar o PP para ajudar na fundação do PSD em Mato Grosso, mas alega que não está na hora de debater o assunto. “Ainda não conversei oficialmente nada a respeito de mudança de partido com ninguém. No momento oportuno poderei discutir”, limita-se a dizer.

A interlocutores, todavia, Daltro teria admitido o desconforto de continuar no PP depois da crise com Pedro Henry no fim do ano – que levou à sua renúncia da presidência do partido. “Mas, penso que o Chico, pela posição que ocupa, não quer estar no pacote de ninguém. Penso que ele tem tamanho para negociar diretamente com a cúpula do PSD seu ingresso, e não simplesmente acompanhar o Riva”, afirma uma fonte de Hipernotícias bem próxima a vice-governador.

ARRASTANDO MULTIDÃO

ALMT
Riva é o cara, afirma Luizinho: Vou pra onde o Riva for.

A expectativa nos bastidores políticos é a de que José Riva, caso confirme sua ida para o PSD, assumiria a liderança do segundo ou terceiro maior partido de Mato Grosso. As contas são de que ele levaria no mínimo seis deputados estaduais (alguns de fora do PP), de dois a três federais (considerando os dois suplentes do PP que estão no exercício do cargo, mais Eliene), pelo menos 25 prefeitos – mas há quem contabilize 40 -, e algo em torno de 250 a 400 vereadores.

Considerando a possibilidade da ida do vice-governador Chico Daltro e também de líderes de outros partidos, o PSD, com certeza, “já nasceria grande e arrastaria uma multidão”, como diz o deputado Luizinho Magalhães.

PERCALÇOS

No elenco de possibilidades que Riva e seus aliados discutem, um dos pontos que ainda geram dúvidas é quanto à segurança jurídica para migrarem de partido sem risco de perda de mandatos. A migração para a fundação de partido novo seria uma das exceções à regra da fidelidade partidária.

Mas, para quem já perdeu um mandato quando alguns juristas juravam que esse risco não existia, como aconteceu com Walter Rabello, em 2008, vai ser preciso mais do que um parecer jurídico para convencê-lo a correr o mesmo risco novamente.

Dorner também levantou questões desta natureza. E não se razão. Nesta quinta-feira o jornal Estado de São Paulo informa que um grupo de políticos da cidade de Osasco (interior de São Paulo) registrou o estatuto de um partido homônimo ao PSD. Como no Brasil os partidos são nacionais, a resolução do problema demandará uma disputa judicial.

Riva também já disse a interlocutores que ainda necessita de uma posição mais concreta da definição ideológica do novo partido. “Disseram a ele que o PSD não será de centro nem de direita nem de esquerda. Ele sabe que isso não existe, e quer que assumam qual será a linha ideológica do PSB”, informa um desses interlocutores, in off the recorder (quando a fonte pede ao jornalista para não ser identificada).

Na verdade, a preocupação de Riva seria com a seguinte frase de Kassab, no dia de lançamento do PSD: "Não há mais partidos de esquerda e direita, mas há espaço para aquele que contribui para o crescimento e desenvolvimento da nação".

Arthur Freitas/AE
Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab
O PSD foi lançado oficialmente no dia 21 de março, durante evento realizado na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sob a liderança do prefeito Gilberto Kassab (que era do DEM) e seu vice, Affif Domingos.

A iniciativa rendeu algumas críticas, como a do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que declarou que a reforma política poderá acabar com a criação de “partidos ocasionais”. Como PSD é a mesma sigla do partido do ex-presidente Juscelino Kubistchek (existiu entre os 1945 e 1965, e fazia contraponto a UDN), o partido poderá ter problemas com a família do ex-presidente, com a qual se envolveu recentemente noutra polêmica pelo registro da sigla JK.

A presidente Dilma Rousseff, de acordo com a imprensa nacional, teria ficado satisfeita com a decisão de Kassab que, a propósito, deixou o DEM para poder se aproximar mais da presidente.

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Galeria de Fotos

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

653027-4009

pautas@hipernoticias.com.br