O presidente do Detran-MT, Gian Castrillon, alega “equívoco” da Justiça no caso do seu nome envolvido na Operação Ararath, da Polícia Federal (PF). Sua residência teve mandado de busca e apreensão da PF, assim como seu gabinete na sede da instituição.
Para tentar esclarecer os fatos, nessa terça-feira (26), ele vai acompanhado do advogado, na sede da Polícia Federal em Cuiabá, verificar o que está no inquérito, para tirar as dúvidas. Procedimento judicial no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) em Brasília e inquérito da PF em Mato Grosso investigam crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
“Ordem judicial de busca e apreensão não se discute, se cumpre. Estou à disposição, não tenho nada a esconder. Surpreso, mas com muita tranquilidade. Desconheço o motivo da investigação”, explicou em entrevista a jornalistas na sede da instituição.
“Está havendo um contraditório, são informações conflitantes, não tenho amizades com juízes ou ministros. Desde que fui nomeado presidente do Detran em janeiro de 2013, nunca recebi nenhuma ligação ou visita de nenhum magistrado de nenhuma das três esferas, estadual ou federal. Estou há três anos afastado da advocacia para me dedicar à política”, argumentou Gian Castrillon, ao afirmar que vai contribuir no que for útil.
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A denúncia acatada com autorização do desembargador federal Luciano Tolentino Amaral para busca e apreensão da PF argumenta que “segundo interceptações de ligações telefônicas o investigado (Gian Castrillon) teria movimentado valores expressivos em sua conta”.
Segundo a denúncia, ele teria custeado passagens para o juiz federal Julier Sebastião da Silva, cuja casa também teve mandado de busca e apreensão. O magistrado diz desconhecer a investigação e nega qualquer crime.
CONTAS BANCÁRIAS
“Tenho duas contas correntes, uma no Credijud que está desativada e outra no Banco do Brasil que recebo meu salário. Cheque há muito tempo não uso e transferências não sei fazer”, disse Gian.
Da casa, levaram um computador (CPU) que, segundo o presidente do Detran, estava queimado, duas agendas antigas e o celular pessoal. Sobre as agendas, diz não ter a mínima ideia do que estava anotado, por serem velhas.
Quanto ao celular, vai requerer de volta. Apesar de ter um aparelho funcional, disse que nunca o usou porque não se adapta com dois aparelhos. “Sempre usei o meu. Daqui do meu gabinete não levaram absolutamente nada, eu não estava aqui, mas autorizei a chefe de gabinete a abrir e mostrar tudo”, conta o presidente do Detran.
“Até gostaria que tivessem levado alguma coisa para fazer uma limpa nesses armários que nem sei o que está aí, mas não mexeram em nada”, revelou.
INQUÉRITO ANTIGO
O inquérito policial que apura as investigações é de 2010 (524/2010) , época em que era servidor da Assembleia Legislativa. Gian Castrillon foi nomeado presidente do Detran no início deste ano. Para ele, deve haver algum equívoco em relação ao seu nome e não com o presidente do Detran.
“Nunca licitei nada aqui, nem participei de Ata. Deve ser algum erro de material envolvendo o meu nome. Também nunca paguei passagens para magistrado nenhum, nem cedi carro. Até porque um magistrado ganha bem mais que eu”, justifica.
O presidente do Detran disse conhecer o juiz Julier Sebastião da Silva por conta de política partidária, não tem amizade pessoal.
Gian possui afirma ter 5 carros em seu nome e três deles já foram vendidos há algum tempo, mas não foram transferidos para o novo proprietário.
Sendo um caminhão (1983), um Audi A3 (2003) e um Pajero. Em relação ao Audi, disse nem estar em Cuiabá, mas em Poconé. Atualmente possui um Palio financiado (ele apresentou o carnê das parcelas) e um Mercedes.
Ararath é o nome da montanha entre a Turquia e o Irã onde historiadores e arqueólogos afirmam ter ficado a Arca de Noé no dilúvio. O nome também foi de uma Operação da PF em 2002 a qual o juiz Julier Sebastião da Silva atuou em operação com o então procurador da República Pedro Taques, hoje senador.
A operação e investigações posteriores desarticularam o crime organizado em Mato Grosso comandado por João Arcanjo Ribeiro.
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