Servidores do MT Hemocentro reuniram-se na tarde desta quarta-feira (12) para avaliar a iminente possibilidade de que pessoas morram nos hospitais públicos por falta de bolsas de sangue nos próximos dias. O alerta dos servidores se deve ao fato de o Governo do Estado ter autorizado abertura de licitação para contratar uma empresa para administrar aquela unidade.
Há vários meses, de acordo com as denúncias dos servidores, o poder público deixa faltar insumos essenciais, como o de imuno-hematologia, usado para realização de métodos avaliação do sangue doado para fins de transfusão. “O governo está deixando faltar materiais fundamentais para justificar a entrada da OSS [Organização Social de Saúde], alegando não ter mais competência para gerir o Hemocentro”, explicou uma das servidoras.
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O promotor de Justiça Alexandre Guedes esteve presente a reunião e alertou os servidores para que repassem aos colegas da saúde a importância de se registrar documentalmente qualquer caso de morte, ocasionado pela falta de sangue. “Se algum servidor, por ter cargo comissionado ou outros motivos, estiver se negando a entregar os insumos de estoque necessários para procedimentos médicos vocês precisam documentar”, disse.
Uma das servidoras do Hemocentro chorou ao questionar o promotor se não havia uma maneira de obrigar a Secretaria de Estado de Saúde (SES) a fornecer os insumos, para evitar que pessoas venham a óbito. “Infelizmente, já houve tempo suficiente, desde que identificada a falta desses produtos, para que fossem fornecidos os insumos. Por isso, eles não vão chegar a tempo. Essa questão está fora da minha área de competência”, respondeu o promotor Alexandre Guedes.
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De acordo com o edital 004/SES/MT/2012, publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta (12), as empresas interessadas em celebrar Contrato de Gestão, tem até o dia 28 de setembro para apresentar propostas de gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde do Hemocentro. O prazo de apresentação da empresa selecionada pelo Governo do Estado é 1 de outubro. (Clique aqui para ler a publicação).
Na reunião, ficou deliberado que serão encetadas ações civis públicas em protesto contra a decisão do Estado de passar a gestão da unidade de saúde para uma OSS. Isso porque, conforme avaliação dos servidores, a longo prazo, essa mudança no modo de administrar representa a precarização do serviço público e extinção de concursos para ocupar cargos em órgãos estatais.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informou, por meio de assessoria de imprensa, que a decisão por passar a gerência do Hemocentro a uma OSS segue o modelo de gestão que vem sendo adotado pelo governo para as unidades de saúde de Mato Grosso e tem prerrogativa legal para tanto. Marcos Lopes/HiperNotícias Promotor Alexandre Guedes alertou os servidores para que registrem documentalmente qualquer caso de morte, ocasionado pela falta de sangue
Sobre a falta de insumos, a SES admitiu que há déficit para procedimentos de imuno-hematologia, mas que as providências já foram tomadas e que amanhã (13) a situação estará normalizada. Informou ainda que não há possibilidade de pessoas morrerem por falta de sangue, pois existem outros dois bancos de sangue em Cuiabá, que são o da Santa Casa de Misericórdia e do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), além de outros 23 bancos em todo o Estado.
Além dos servidores do MT Hemocentro, participaram da reunião o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Comitê da Saúde.
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Luis Antonio 13/09/2012
Pq sera que o Governo insiste nesse modelo de administracao falida, capenga, contrariando a opiniao publica? Sera que tem algo por tras de tudo isso?
1 comentários