Em tramitação há quase uma década, o primeiro crematório de Mato Grosso deve ser inaugurado ainda este ano, nas dependência do Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá. A estrutura está em fase de acabamento e as licenças necessárias em processo de análise pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Corpo de Bombeiros.
Há alguns anos a cremação tem ganhado cada vez mais público em relação ao sepultamento convencional que ainda é a primeira escolha na despedida de um ente querido. A possibilidade de enterrar as cinzas fora do cemitério ou transformá-las em outros materiais como joias e pinturas são pontos que pesam na decisão pela cremação, além do menor impacto ambiental causado.
O custo financeiro do procedimento também é atrativo para os familiares. Enquanto a cremação pode custar entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil, o sepultamento convencional em um cemitério parque pode ter um custo que varia de R$ 3 mil a R$ 20 mil, como explicou Silvio Muller, sócio da Sociedade Matogrossense de Empreendimentos Ltda (Somatem), empresa que administra o cemitério.
Muller conta que as licenças para a construção do crematório são muitas e muito rigorosas, fator que causou atraso na execução do projeto. Após conseguida a autorização para execução, foi necessária nova licença, pois o prazo determinado para a conclusão foi excedido.
“Estamos agora esperando a licença do Corpo de Bombeiros e da Sema, que são muito exigentes para a liberação. Queremos que o crematório esteja funcionando o quanto antes. Acredito que nos próximos meses já esteja com atendimento ao público”, afirma.
Processo de cremação
Após a liberação do corpo para o velório pelo Instituto Médico Legal (IML) é realizada a cerimônia em um centro de eventos no espaço do crematório. Na ocasião são feitas as últimas homenagens ao morto.
Encerrado o velório, o caixão é encaminhado para câmara fria, na qual permanece até que sejam resolvidas todas as burocracias para cremação e enterro, conforme explicou Silvio Muller.
O empresário conta que a câmara fria pode armazenar até 12 cadáveres para conservação até ir ao forno do crematório.
Conforme o empresário, o processo de cremação dura cerca de duas a três horas dependendo do aquecimento do forno, que chega até 1200 graus.
Após o forno, os ossos maiores, que não se desfazem, são encaminhados para uma espécie de triturador, onde viram o pó que é entregue à família em uma urna.
Muller relata que são atribuídas diversas finalidades às cinzas, desde jogar em rios e locais especiais para o falecido; enterrar em local específico e também transformar as cinzas em pedras para joias. “Já vi um artista que misturava as cinzas a tinta e pintava telas para a família do falecido”, lembra.
Pessoas vítimas de mortes duvidosas ou que estão envolvidas em alguma ação judicial que necessitem de algum tipo de investigação não podem ser cremadas, pois o ato destrói o DNA e uma futura contestação sobre a identidade do cadáver é impossível.
O cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá foi fundado ainda na década de 1970 e conta com espaço de 30 hectares. Administrado pela Somatem, ele tem setores privados, para sócios da Pax Nacional e também uma parte cedida para o município, na qual os corpos são enterrados gratuitamente.
Atualmente o espaço abriga 45 mil sepulturas, que correspondem a 60% do terreno utilizado. São mais de 70 funcionários para a manutenção da estrutura do cemitério que tem muros em seu entorno e gramado em grande parte da área de sepulturas.
“Existe todo um cuidado para minimizar o impacto ambiental e o solo, o ar, os gases emitidos da decomposição são analisados periodicamente para a manutenção das licenças de funcionamento que são bem rígidas”, explica o empresário.
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