Durante a terceira reunião da Mesa Técnica sobre crédito consignado, promovido pelo Tribunal de Contas (TCE), realizada nesta quinta-feira (12), o sócio-proprietário da Empreste Já, Lucas Ribeiro, afirmou que mais de 100 servidores públicos de Mato Grosso agiram de má fé e provocaram um prejuízo superior a R$ 1,1 milhão à sua empresa, que atua como correspondente bancário. Segundo ele, os responsáveis pelas fraudes já estão sendo acionados judicialmente.
Lucas explicou que sua empresa opera com a compra de dívidas atreladas a cartões de crédito consignados e cartões benefício. O procedimento, segundo ele, consiste em quitar dívidas antigas dos servidores junto a bancos como BMG e Daicoval para liberar margem e viabilizar novas operações de crédito.
O problema, relatou, é que muitos servidores voltam a sacar recursos diretamente com os bancos, mesmo após a quitação feita pela Empreste Já. “O servidor já está pagando essa dívida há algum tempo, precisa de um novo recurso e a gente quita os boletos para liberar a margem. Mas, nesse meio tempo, ele pode ir lá e fazer um novo saque com o banco de origem. E aí, quem arca com o prejuízo somos nós”, relatou.
A prática, segundo Lucas, tem se repetido com frequência. Ele revelou que mais de 100 servidores estão sendo processados, com contratos, confissões de dívida e documentos devidamente formalizados. “Temos tudo documentado e ajuizado. Só da minha empresa são mais de R$ 1,1 milhão de prejuízo. E há colegas aqui que enfrentam o mesmo problema com valores semelhantes”, afirmou.
Apesar do impacto financeiro, Lucas criticou a falta de respostas das secretarias estaduais responsáveis, que, segundo ele, se limitam a confrontar os servidores de forma superficial, sem adotar medidas concretas para responsabilizá-los.
Questionado sobre denúncias de fraudes cometidas por correspondentes bancários, como contratações feitas sem autorização do cliente, Lucas admitiu que há maus profissionais no setor, mas defendeu a integridade da sua empresa. “Tem correspondente que cobra de forma abusiva, sim. Mas minha empresa é auditada, tem contrato assinado e toda operação é documentada. Só no ano passado originamos R$ 25 milhões em créditos, com comprovantes e TEDs arquivados”, concluiu.
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