Em discurso de 10 minutos, Motta afirmou que a obstrução feita pela oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "não fez bem à Casa". Segundo ele, o ato não foi "condizente" com a história da Câmara.
"O que aconteceu entre o dia de ontem e o dia de hoje, em um movimento de obstrução física, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, a oposição tem todo o direito de expressar a sua vontade", afirmou Motta, que defendeu sempre ter lutado pelas prerrogativas dos deputados e pelo livre exercício do mandato parlamentar.
A oposição adotou diversas táticas para ocupar as mesas da Câmara e do Senado desde que a prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada. Os deputados usaram esparadrapos para cobrir a boca e os olhos e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses para o plenário e sentou na cadeira de Motta com a bebê ao longo do dia. Na Casa Alta, alguns senadores chegaram a se acorrentar à mesa utilizada para comandar os trabalhos.
No discurso, Motta disse também que não irá negociar a Presidência da Câmara e que não irá permitir que obstruções como a feita pela oposição sejam "maiores que o Parlamento". Para isso, o paraibano pediu para que os parlamentares reconhecessem a Mesa Diretora.
"Vamos continuar apostando no diálogo mesmo quando ninguém acreditar nessa ferramenta", disse.
"A nossa presença nesta mesa, na noite de hoje, é para garantir duas coisas: a respeitabilidade a essa mesa, que é inegociável com quem quer que seja, e o segundo motivo é para que essa Casa possa se fortalecer", afirmou Motta.
O presidente da Câmara afirmou que retomou a Presidência com a intenção de formar uma pauta "pró-País" a partir desta quinta-feira, 7. Motta disse ainda que conversou com lideranças ao longo desta quarta-feira, 6, e que a Casa deve voltar a obedecer o regimento e que ele não irá se distanciar da "serenidade e da firmeza" enquanto estiver no comando.
Sem citar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Motta disse que "acontecimentos recentes" geraram um "sentimento de ebulição".
Os aliados do ex-presidente defendem a inclusão do projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. Sem citar a proposta, o presidente da Câmara afirmou que não terá "omissão" para discutir qualquer tema e que o Legislativo é responsável por discutir questões atuais.
"Nós tivemos um somatório de acontecimentos recentes que nos trouxeram a esse sentimento de ebulição dentro da Casa. Nós estamos vivendo tempos normais? Não. Mas é justamente nessa hora que nós não podemos negociar a nossa democracia"
(Com Agência Estado)
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