A base governista no Congresso Nacional reagiu com firmeza ao ato de deputados e senadores da oposição que ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado nesta terça-feira (5), impedindo o andamento das sessões legislativas. A manifestação ocorre em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobra anistia geral para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) e o fim do foro privilegiado.
Vice-líder da maioria no Congresso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a ocupação como um ataque às instituições democráticas e comparou a ação aos atos golpistas de janeiro de 2023.
“Ninguém pode parar pela força a atividade parlamentar e os trabalhos legislativos. Isso é uma continuidade desse processo de golpe. É mais um ataque às instituições. Uma chantagem contra o país”, afirmou.
Lindbergh também relatou que conversou com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que antecipou o retorno a Brasília para tratar da crise.
“É responsabilidade do presidente restabelecer o controle e a ordem. O que houve foi um sequestro do Parlamento”, acrescentou.
Pressão por anistia e impeachment
Os parlamentares bolsonaristas afirmam que permanecerão nos plenários até que a presidência das casas paute a anistia ampla para os presos do 8 de janeiro, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado, o que poderia transferir o julgamento de Bolsonaro para a primeira instância da Justiça.
Durante o protesto, opositores chegaram a tampar a boca com esparadrapos, em alusão a uma suposta censura. Base cobra punição A base do governo, por sua vez, cobra punições regimentais aos envolvidos na ocupação.
O deputado Pedro Campos (PSB-PE) lembrou que o Colégio de Líderes já rejeitou a proposta de anistia e que os parlamentares não podem atropelar as regras da Casa.
“Fossem maioria, o que não são, ou minoria, como são, não têm esse direito”, afirmou o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que confirmou que os parlamentares bolsonaristas devem ser denunciados ao Conselho de Ética.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também se manifestou contra o ato e disse que os interesses pessoais de Bolsonaro não podem se sobrepor à pauta do Congresso.
“Deputados querem colocar o interesse de uma única pessoa, o ex-presidente que articulou um golpe contra a democracia, acima dos interesses do povo. Esta não é a casa da família Bolsonaro, é a casa da democracia”, afirmou.
A base governista destacou ainda que a obstrução atrasa votações de projetos prioritários, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos, considerada uma das promessas centrais do governo Lula.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.