No dia 01 de julho é comemorado o Dia Internacional do Reggae. Esse gênero musical é marcado e dominado por vozes masculinas, pouco se falando das muitas mulheres que por ele desfilam a arte.
Todavia, é possível citar inúmeras cantoras talentosas que conquistaram o reconhecimento através do citado estilo musical. São vozes marcantes: Marcia Griffiths, Judy Mowatt, Sister Nancy, Althea & Donna, Phyllis Dillon, Doreen Shaffer, Hortense Ellis, J.C. Lodge, Aisha, Della Grant, Donna Marie, Zema, Dezarie, Dawn Penn, Janet Kay, Louisa Marks, The Gaylettes, Milli Small, Dezarie, Reemah e tantas outras. No Brasil alguns talentosos nomes: Anamaria Ribeiro e Vilma Helena Ribeiro do Namastê, Aline Duran, Molly Rose, Lei di Dai, Marina Peralta e a banda DaviDariloco.
Foi através de Alpharita Constatia Anderson, ou apenas Rita Marley, que nasceu em Santiago de Cuba no dia 25 de julho do ano de 1946, e integrou o grupo I-Threes, que as mulheres passaram a ser mais conhecidas nesse gênero musical. Rita e outras mulheres faziam as “backs” nos shows de Bob Marley, e, assim, se consolidaram em suas carreiras musicais.
A rainha do reggae, Rita Marley, foi criada e educada por sua tia. A menina Rita era apaixonada por música desde a infância, o que fez com que a tia a levasse para se apresentar em um programa de rádio que estava desenvolvendo um concurso de talentos, que ela venceu. Por conta de dificuldades financeiras, Rita necessitou abandonar os estudos e começar a trabalhar fora para se sustentar.
Rita foi de grande importância para a carreira artística de Robbie Marley, o Bob Marley. Ela participou da transição dele do interior da Jamaica, ou do gueto, para se tornar uma das pessoas mais importantes na música. A artista relembra que ele era um tímido guitarrista da banda, mas que ela já suspeitava que seria muito conhecido, por conta da visível vocação. Segundo Cedella, uma das filhas do casal: “Quando ele trabalhava em novas músicas, ele passava suas ideias para (Rita) e às vezes eles escreviam juntos”. Ela sempre acreditou que por trás da música havia propósito maior, capaz de trazer alento para as pessoas.
Certa vez, a Rita e o marido sofreram um atentado em casa, quando foram alvejados e feridos, em época de instabilidade social e tensão política na Jamaica. Mas, para não desmarcar o show e frustrar os fãs, saíram usando roupas hospitalares e se apresentaram. Foi um show que entrou para a história.
Historicamente, os cenários musicais se reinventam, principalmente com a inclusão das mulheres em espaços dantes ocupados apenas pelos homens. Foi com a delicadeza das backing vocals que as mulheres começaram a se difundir no reggae. Ao conseguirem se consolidar na carreira, principalmente na década de 70, viu-se o movimento conhecido como “explosão feminina".
Há um movimento mundial conhecido como “Mulheres do Reggae”, onde elas enfatizam e se reúnem para divulgar por mais espaço. O coletivo “Feminine Hi-Fi” é composto apenas por mulheres que comandam os eventos sound systems. Já a “Orquestra Brasileira de Música Jamaicana (OBMJ)” vem trabalhando na divulgação de artistas femininas do reggae e ska.
A banda de reggae “Unidade Punho Forte”, na canção “Reggae e Flores” trouxe a arte das mulheres na musicalidade: “Admiração e outros sentimentos me conduzem a dizer/ A razão porque desta canção reggae foi feita só para você/ Ser que gera o homem e o amamenta tens poder que Deus te dera/ Parabéns pro bendito ser mulher, reggae e flores pra vocês mulheres.”
(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT -, membra da Academia Mato-Grossense de Direito – AMD - Cadeira nº 29.
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