O juiz Ricardo Nicolino de Castro, que atua no plantão judicial em Colniza (distante 1114km de Cuiabá), ressalta em sua decisão que negou liberdade à médica Yana Fois Coelho de Alvarenga, porque a acusada pode inibir testemunhas e atrapalhar a coleta de provas quanto a investigação da morte do prefeito da cidade, Esvandir Antônio Mendes, em dezembro de 2017. O magistrado frisa ainda a possibilidade de fuga, visto que a investigada é dona de um avião.
O chefe do Executivo municipal foi morto a tiros, em sua caminhonete, no dia 15 de dezembro e Yana é considerada uma das mandantes do crime.
Na decisão, que acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os acusados: Antônio Pereira Rodrigues Neto e a esposa, Yana Fois Coelho Alvarenga, citados como mandantes do crime e Zenilton Xavier de Almeida e Welison Brito Silva como executores do homicídio, o magistrado avalia também o pedido de liberdade da médica. A defesa alega que a manutenção da reclusão é desnecessária e que a própria determinação da prisão foi descabida. “Ora, se fosse descabida, com certeza não teria sido decretada”, enfatiza o magistrado.
No mesmo documento o juiz acolhe o parecer do MPE para que converta a prisão provisória da médica em preventiva. Ricardo Nicolino afirma que a investigada teve papel importante na execução do crime, pois apresentou o esposo aos demais acusados e ajudou na fuga os mesmos.
O magistrado enfatiza, ainda, que a acusada tem grande poder econômico e influência na região, o que pode ser usado para coagir testemunhas e atrapalhar as investigações. “[...] é de pressupor que a evasão da ação da Justiça, sendo salutar destacar que a representada tem as sua disposição uma aeronave que foi por ela mesma declarada. O que pode facilitar o risco de fuga”, ressalta o juiz.
Em seu depoimento a polícia, Yana declarou que usou o avião para transportar os advogados que atuam em sua defesa após a acusação do crime. Os advogados da médica ainda alegaram os bons predicados da cliente para tentar sua soltura, mas o juiz avaliou como insuficientes tais elementos.
A médica está presa no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
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