O prefeito de Pontal do Araguaia (a 516 km de Cuiabá), Adelcino Lopo (MDB), e sua esposa, Adriana Lopo, conseguiram deixar Israel no último voo comercial antes do fechamento do espaço aéreo do país, em razão de ataques aéreos ao Irã registrados no dia 13 de junho.
O casal havia viajado para comemorar os 32 anos de casamento, celebrados no dia 12 — mesma data em que se comemora o Dia dos Namorados no Brasil. A saída de Israel ocorreu um dia antes da escalada militar. O alerta sobre o conflito só foi percebido com clareza quando eles já estavam em conexão em Dubai, a caminho do Brasil.
“Fomos ao Aeroporto de Tel Aviv e estava tudo normal. Só tivemos real noção da situação quando chegamos a Dubai. Foi lá que soubemos que a situação tinha ficado séria. Outros grupos que ficaram no aeroporto depois de nós não conseguiram embarcar”, relatou o prefeito ao HNT.
Ainda abalado com o cenário de tensão, Adelcino fez um apelo pela paz. “Não dá pra entender por que tanta briga. É tão bom viver em paz. Rezo para que o conflito acabe e que um dia possamos voltar lá.”
Segundo ele, a viagem foi planejada há mais de dois anos, como parte de um pacote oferecido pelo padre da paróquia que frequentam em Pontal do Araguaia. “Pagamos parcelado. Depois veio a guerra na Faixa de Gaza, e houve muita incerteza se a viagem iria mesmo acontecer”, contou.
Inicialmente, o embarque do casal estava marcado para 27 de junho. No entanto, em razão de um compromisso político no município, eles precisaram antecipar a ida, sendo realocados em um grupo de São Paulo. Os amigos que embarcariam no fim do mês tiveram o roteiro alterado e foram redirecionados para uma viagem religiosa na Itália.
CHOQUE CULTURAL
Foi a primeira experiência internacional do casal, que permaneceu no Oriente Médio entre os dias 4 e 12 de junho. Para o prefeito, a viagem foi repleta de significados espirituais. “Para quem tem fé em Cristo, como eu, foi uma experiência única, uma emoção difícil de explicar.”
No entanto, o que mais chamou sua atenção foi o contraste social e as restrições de mobilidade impostas por questões étnicas e políticas. Ele relembra um episódio vivido na Cisjordânia, onde visitaria um amigo palestino.
“Meu amigo disse: ‘Vou mandar um táxi te buscar, porque não posso entrar em Israel por ser palestino’. É assustador pensar que alguém não pode ultrapassar uma determinada linha simplesmente por sua identidade”, relatou.
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