Ao som de palavras de ordem e cartazes cobrando moradia digna, dezenas de moradores do Contorno Leste protestaram em frente à Prefeitura de Cuiabá na manhã desta segunda-feira (30), exigindo agilidade na regularização fundiária da área. O ato foi motivado pela demora na solução para as mais de 1.500 famílias que vivem na região, muitas há anos sem qualquer garantia legal sobre seus terrenos.
Diante da mobilização, o prefeito Abilio Brunini (PL) se reuniu com representantes do grupo e defendeu uma nova análise técnica sobre a situação das famílias. Segundo ele, um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) apontou que a maioria das ocupações não atende aos critérios legais de vulnerabilidade, com casos de imóveis alugados de terceiros ou ocupados por pessoas com condições financeiras para manter outra moradia.
“É importante que se faça uma nova avaliação para levantar dados atualizados do local e identificar com rigor quem realmente precisa. Só assim poderemos avançar na regularização”, afirmou Abilio. Ele destacou que a Prefeitura já tem autorização legal para adquirir a área, estimada em R$ 20 milhões, mas que a doação dos lotes só poderá ser feita se for comprovada a vulnerabilidade social dos ocupantes.
O prefeito frisou ainda que a solução depende de um esforço coletivo entre a Prefeitura, o Governo do Estado e os parlamentares estaduais e federais, que podem contribuir com emendas para viabilizar a compra da área. “É fundamental que a assistência social faça o trabalho dela e que tenhamos o respaldo dos parlamentares para garantir os recursos e dar dignidade a quem realmente precisa”, declarou.
Abilio também explicou que quem estiver fora dos critérios de vulnerabilidade poderá negociar diretamente com o proprietário do terreno, sem qualquer participação da Prefeitura no processo. De acordo com o último relatório oficial, apenas cerca de 170 famílias atenderiam atualmente aos requisitos para regularização ou realocação — número contestado pelos manifestantes, que afirmam que mais de 1.500 famílias moram na área e dependem de uma solução urgente.
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