A ministra das Mulheres Cida Gonçalves classificou a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada em 2018, como um "feminicídio político". Porém, a ministra evitou polemizar o voto dos cinco deputados federais da bancada de Mato Grosso contrários à prisão preventiva do colega de plenário, Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do homicídio. Segundo Cida, é uma "posição individual", uma prerrogativa da Câmara, e não cabe ao governo federal discutir.
"Eu acho que a morte da Mariele foi emblemática, embora não tenha sido uma morte dentro do que se coloca o feminicídio, mas é um feminicídio político dentro da questão de violência política de gênero. Acho que esse é um fator que tem que ser tratado e colocado. A Câmara dos Deputados ela é um outro poder, tem autonomia de votar e fazer o que quiser", falou Cida Gonçalves nesta segunda-feira (15), ao sair da audiência pública "Brasil Sem Misoginia", na Assembleia Legislativa (ALMT).
A prisão preventiva de Brazão foi mantida por 277 votos favoráveis a 129 votos contrários. Abilio Brunini, Amália Barrros, Coronel Fernanda e José Medeiros, correligionários no PL, além do Coronel Assis (União Brasil) foram os deputados de Mato Grosso que votam pela soltura do acusado. A ministra acredita que o resultado é uma "vitória" para a democracia.
"A gente tem uma questão de posição política individual que não cabe ao governo federal, não cabe a mim fazer pré-julgamento de um outro poder. Agora, pela democracia, foi importante a vitória de que ele continuasse preso", avaliou Cida.
Questionada sobre as ações do governo federal para combater o feminicídio em Mato Grosso, a ministra afirmou que essa é uma prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, os orçamentos disponíveis para ações e programas destinados à causa, não são fundo a fundo, ou seja, o Estado e o município precisam sinalizar à União a intenção para recebê-los.
"O feminicídio em todos os estados preocupa o governo federal, preocupa o presidente Lula. Essa é uma bandeira do presidente Lula como prioridade e por isso que temos o Pacto Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio. Os estados têm que aderir para a gente possa liberar o recurso", explicou Cida Gonçalves.
AGENDAS EM CUIABÁ
A ministra está em Cuiabá a convite do presidente estadual do PT, Valdir Barranco. Cida participou pela manhã da audiência pública "Brasil Sem Misoginia", que contou com a presença da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV). À tarde, a ministra parte para a visita técnica no terreno que onde será construída a nova Casa da Mulher Brasileira, no bairro Ribeirão do Lipa.
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