A tenente Isadora Ledur, oficial do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, prestou depoimento durante toda tarde desta quinta-feira (16) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em decorrência do inquérito que apura a morte do aluno soldado Rodrigo Claro, que morreu aos 21 anos enquanto treinava socorro aquático na Lagoa Trevisan. Testemunhas confirmaram que Ledur agia com "malvadeza" contra o jovem que foi afogado por diversas vezes durante o treino e teve que sair do curso por que estava passando mal. Em seguida ele foi internado e acabou morrendo alguns dias depois.
Após quase cinco horas de oitiva, a tenente saiu da delegacia, acompanhada de seu advogado, Huendel Rolin, e não quis falar com a imprensa. De camisa social e óculos escuros ela entrou rapidamente no veículo que a aguardava na saída da delegacia para evitar a abordagem dos jornalistas. O jurista também não quis se manifestar. Ele se limitou a dizer que a delegada pediu sigilo e ele iria seguir a arientação.
O caso
A morte foi registrada em 15 de novembro de 2016. De lá pra cá a família de Rodrigo aguarda conclusão do caso, pois até então ainda não foi definido se a tenente teria ou não participação na morte do rapaz, que sofreu aneurisma.
Rodrigo foi internado na UTI do Hospital Jardim Cuiabá, no dia 10 de novembro após ser submetido a diversos caldos em um treinamento realizado na Lagoa Trevisan. Ele, no entanto, não resistiu e morreu cinco dias depois.
Na quarta-feira (15), o inquérito militar sugere que a tenente seja absolvida do homicídio, ou tentativa, e seja punida apenas por quebrar regras militar. O documento, contendo 11 páginas, foi finalizado no dia 2 de fevereiro e encaminhado à Corregedoria da corporação.
Além da Tenente Ledur são citados no inquérito o tenente coronel Marcelo Augusto Reveles e o tenente coronel Licínio Ramalho Tavares. Todos faziam parte da coordenação do curso de formação de bombeiros que teve formatura no mês de dezembro passado.
O relatório aponta que a tenente Ledur, comandante e instrutora do treinamento de salvamento aquático, não cumpriu os objetivos no treinamento, foi negligente com a segurança ao liberar o aluno para se deslocar por meios próprios até a coordenação mesmo ciente do mal estar de Rodrigo Claro. O relatório aponta ainda que ela agiu com imprudência ao exigir do aluno habilidades e técnicas que não faziam parte da ementa do curso.
A parceira de Rodrigo no treinamento, R.D.L., relatou que no dia do treinamento a tenente afirmou que “iria pegar o aluno na lagoa” e que durante todo o percurso, de mais de 500 metros, tentava afoga-lo jogando água em seu rosto e o afundando na lagoa.
Dessa vez ela presta esclarecimento à delegada Juliana Palhares, que deve encaminhar depois do carnaval o inquérito para que o Ministério Público possa avaliar o caso. A absolvição ou condenação de Ledur será decidida pela Justiça Militar. A delegada também não quis falar sobre o assunto. Informou que apenas vai se pronunciar após a conclusão do inquérito policial.
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