Paccola se diz indignado; "prisões de militares foi estratégia de Stringueta"

O tenente coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola afirmou nesta segunda-feira (26), por meio de uma carta aberta, que está indignado com as prisões preventivas dos colegas de farda: tenente coronel Sada Ribeiro Parreira e tenente Thiago Satiro Albino, alvos da “Operação Coverage”.

Alan Cosme/HiperNoticias

 Tenente coronel Marcos Eduardo Paccola 

Além disso, o oficial disse que toda a ação policial, deflagrada no último 21 de agosto, faz parte de uma estratégia do delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Henrique Stringueta.

Na carta direcionada ao HNT / HiperNotícias, Paccola disse acreditar que o delegado está usando o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) para, de alguma forma, manchar a carreira da Polícia Militar e de seus integrantes.

“Acredita-se que tudo isso faz parte de uma estratégia do coordenador do GCCO da Polícia Judiciária Civil que está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos policiais militares", disse ele.

O tenente coronel afirmou que as prisões dos militares se deram após uma “guerra irregular” entre a Polícia Militar e a Polícia Civil, após a ocorrência de uma tentativa de roubo a um carro-forte no supermercado Atacadão, no bairro Tijucal, em Cuiabá, no dia 10 de maio. Na ação, três suspeitos foram mortos.

"Acredita que tudo isso faz parte de uma estratégia do Coordenador do GCCO da Polícia Judiciária Civil que está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos Policiais Militares, tudo isso segundo a Carta Aberta do Oficial faz parte de uma "guerra irregular" instalada entre as corporações que se acirrou após ocorrência do Carro Forte do Atacadao", disse o oficial.

O policial acrescenta que os oficiais Sátiro e Parreira não têm ligações com o registro e a regularização da pistola 9 mm que deu origem a Operação Coverage. Segundo ele, o tenente Cleber de Souza Ferreira, outro alvo da ação policial, é o proprietário da arma.

Alan Cosme/HNT/HiperNoticias

 O delegado Flávio Stringueta rebateu as acusações

Esse revólver, de acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), levou a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a investigar a participação de Cleber, em crimes de homicídios ligados aos inquéritos da Operação Mercenários.

Além disso, os policiais tiveram dificuldades de conseguir documentações da procedência da arma no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma).

PROMESSA DE REVELAÇÕES

Paccola promete trazer informações à Polícia Civil, que segundo ele, trarão informações sobre "quem são os heróis que usam máscaras e os mascarados que se fingem de heróis”.

 “As informações e provas que serão trazidas vão cair como verdadeiras revelações. Já passou da hora de sociedade mato-grossense conhecer ”, concluiu.

O OUTRO LADO

Após termos acesso à carta aberta, a reportagem entrou em contato com o delegado Flávio Stringueta, que afirmou por meio de nota, que não há nenhum interesse da GCCO em denegrir a imagem da PM, devido a algumas “maçãs podres”.

“Fiquei surpreso com a fala distorcida do tal autor, quando menciona algum tipo de rusga provocada por uma ocorrência que, como todos sabem, teve a atuação exclusiva da GCCO. Se algo existiu, até agora não nos chegou. Não há nenhum interesse da GCCO em denegrir a imagem da PM/MT. Mesmo porque a sua imagem não ficará manchada por conta das ações de alguns poucos policiais militares. Afinal, em toda instituição há ‘maçãs podres’”, disse Stringueta à reportagem.

Reprodução

O oficial disse que Stringueta começou a denegrir a imagem da PM após uma tentativa de roubo ao carro forte do Atacadão

O delegado ainda classificou as declarações de Paccola como “confusas” e que não alcançou o objetivo prático.

“Trata-se de um texto confuso que diz muito sem, contudo, alcançar um objetivo prático. Ele fala em nome de sua instituição sem ter procuração para tanto, e parece se esquecer, ou não considerar, que a PM/MT é muito maior do que a mera existência de um tenente coronel qualquer.

Eu também não tenho procuração para falar em nome da PJC/MT, portanto irei apenas me ater à minha posição dentro de seus quadros: titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado – GCCO”, se defendeu Stringuetta.

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