“Eu não creio que depois de 14 anos preso, o Arcanjo tenha cometido uma estupidez dessa”, diz advogado

“Eu não creio que depois de 14 anos preso, o Arcanjo tenha cometido uma estupidez dessa”. Esse é o relato do advogado Zaid Arbid que patrocina a defesa do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, preso por policiais civis, na manhã desta quarta-feira (29), em Cuiabá.

Alan Cosme/Hnt

 Advogado Zaid Arbid

Ao HNT / HiperNotícias, o jurista afirmou que não há indícios da participação do ex-comendador nos crimes de contravenção e que não acredita que Arcanjo cometeria outro tipo de delito depois de ficar preso na Penitenciária Central do Estado (PCE).

“Eu não creio que João Arcanjo tenha enfrentado 14 anos em cárcere e iria cometer uma estupidez, uma leviandade desta. Jamais ele faria isso, nos que conhecemos o Arcanjo sabemos do que ele é capaz. Ele não seria, no estado que ele está, na condição que ele está com o benefício que o Judiciário concedeu a ele, ele não ia mandar isso às favas, ele preserva a liberdade dele, respeita a Justiça e também respeita as autoridades”, disse o advogado aos jornalistas.

Zaid disse também que acredita nos trabalhos policiais e afirmou que os agentes terão “compreensão” que Arcanjo não tem participação nos jogos do bicho.

“Em primeiro momento, autoridade nenhuma vai deflagrar uma operação sem indícios suficientes para essa operação. Por outro lado, acho que essas mesmas autoridades terão a compreensão que em relação a João Arcanjo Ribeiro não existe sequer indício, pode até ser que o perigo more ao lado”, explicou.

Por fim, o advogado disse que Arcanjo foi vítima de uma armação de concorrentes do jogo do bicho, devido ao seu passado.

“Eu acho que ele tem aqui fora muitos desafetos e tem até mesmo no jogo do bicho concorrente fortíssimo, já com empreendimentos macros nisso. Ainda mesmo que não esteja exercendo o jogo, ele é uma ameaça velada pelo passado dele. Envolvê-lo em um jogo sujo desse, envolver em uma armação dessa é o melhor remédio para os que se sentem ameaçados com sua concorrência”, pontuou.

João Arcanjo Ribeiro foi preso na manhã desta quarta-feira por policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em sua residência no bairro Boa Esperanç, em Cuiabá.

De acordo com a Polícia Civil, Arcanjo é o principal líder da organização criminosa. Além dele, foram cumpridos outros 29 mandados de prisão e 33 buscas e apreensões. Dentre os detidos, está o genro do ex-comendador, Giovanni Zem Rodrigues.

De acordo com a PJC, a operação foi intitulada “Mantus” (Deus do mundo dos mortos, na mitologia etrusca) e se desbaratar duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada “Jogo do Bicho”.

A ação policial cumpriu 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

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