Segundo Miguel Crespo, pesquisador do Laboratório de Ciências da Comunicação do Instituto Universitário de Lisboa (Media Lab/ISCTE-IUL), as eleições brasileiras e os casos europeus, em especial o Brexit, serviram de alerta para tentativas de interferências nos processos eleitorais em Portugal. Além disso, iniciativas de checagem de fatos surgiram em redações dos principais veículos da imprensa, o que criou um ambiente de fiscalização.
"Parece-me bastante nítido que os políticos foram muito cuidadosos, principalmente nos ataques aos adversários, ao evitar fazer declarações sem fundamento, por existir uma rede que está atenta a desconstruir as tentativas de manipulação eleitoral", afirmou o pesquisador. "As pessoas também ficaram mais alertas para o problema que é a desinformação e o compartilhamento de informações falsas."
Antes mesmo da eleição, o Media Lab/ISCTE-IUL publicou, com a organização Democracy Reporting International, estudo prevendo que seria "relativamente baixo" o risco de influência de campanhas de desinformação e manipulação em Portugal por vários fatores sociais e políticos. Diferentemente do Brasil, onde as eleições foram definidas em uma disputa de forças pró e antipetismo, as eleições legislativas portuguesas não tiveram essa polarização.
Segundo o jornalista Gustavo Sampaio, diretor adjunto do Polígrafo, agência de checagem de fatos, houve tentativas de difundir boatos. Às vésperas das eleições, por exemplo, o premiê foi abordado por um cidadão que o acusou de estar de férias em julho de 2017, quando um incêndio florestal provocou 64 mortes. A alegação é falsa: Costa estava trabalhando e visitou o local do incêndio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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