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Mundo Quinta-feira, 08 de Maio de 2025, 06:30 - A | A

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Quinta-feira, 08 de Maio de 2025, 06h:30 - A | A

Paquistão autoriza retaliação após ataque da Índia que matou 31 pessoas

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

O Paquistão autorizou nesta quarta-feira, 7, suas forças armadas a retaliar os bombardeios da Índia que mataram 31 pessoas na terça-feira, aumentando os temores de uma escalada do conflito entre os dois vizinhos com arsenais nucleares. Ontem, o governo paquistanês acusou o indiano de "iniciar um inferno" e disse que a Índia "deve sofrer as consequências dos ataques covardes" desta semana.

A crise começou com um atentado em abril. Militantes mataram 25 turistas indianos e um guia nepalês em Pahalgam, na parte da Caxemira controlada pela Índia. O governo do premiê indiano, Narendra Modi, acusou o Paquistão de apoiar o terrorismo islâmico e ser responsável pelo massacre.

O exército indiano afirmou ter atacado nove alvos terroristas, incluindo campos de treinamento de dois grupos islâmicos, Lashkar-e-Taiba e Jaish-e-Mohammed, que há muito tempo são acusados de operar livremente do Paquistão e estão envolvidos em alguns dos ataques terroristas mais letais da Índia.

"Matamos apenas aqueles que mataram nossos inocentes", disse o ministro da Defesa da Índia, Rajnath Singh, enquanto o chanceler indiano, Amit Shah, garantiu que o governo estava "decidido a dar uma resposta adequada a qualquer ataque contra a Índia e seu povo".

O governo paquistanês afirmou que 78 aviões indianos atacaram seis localidades, mas que nenhuma tinha qualquer relação com grupos terroristas. Islamabad disse ainda ter abatido cinco caças, incluindo dois jatos Rafale, de fabricação francesa - a França confirmou que pelo menos um havia sido derrubado.

Vingança

Em um discurso à nação, no fim da noite de ontem, o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, prometeu vingança. "Nós nos comprometemos a vingar cada gota de sangue desses mártires", afirmou o premiê, que disse ter autorizado as forças armadas a responder "à altura" o ataque indiano.

Embora as autoridades paquistanesas tenham dito que o Paquistão se reserva o direito de retaliar, Khawaja Muhammad Asif, o ministro da Defesa, adotou um tom diferente, sugerindo que o Paquistão já havia respondido abatendo aviões e drones indianos.

Ele prometeu não escalar o conflito se a Índia evitar novos ataques e concordar com uma investigação independente sobre a crise. "O governo paquistanês sugere uma comissão de dois ou três outros países", disse Asif. "Um órgão confiável poderia ser criado. Não queremos que isso fique no limbo."

Foi a primeira vez desde a guerra entre a Índia e o Paquistão, em 1971, que mísseis indianos atingiram o interior de Punjab, a província mais importante do ponto de vista político e militar do país, o que foi considerado como "um ato de guerra" pelo governo paquistanês.

Alto risco

Índia e Paquistão entraram em guerra quatro vezes desde a independência dos dois países, em 1947, a última delas em 1999. Desde então, os conflito entre os dois assumiu um caráter ainda mais grave em razão de indianos e paquistaneses terem desenvolvido a capacidade de fabricar armas nucleares. Por isso, impasses militares, fogo cruzado e escaramuças de fronteira sempre foram cuidadosamente coreografadas para evitar uma catástrofe.

O analista Michael Kugelman disse que os ataques foram os de maior intensidade da Índia contra o Paquistão em anos, e a resposta "certamente será contundente". "Essas são duas forças armadas fortes que, mesmo tendo armas nucleares como dissuasão, não têm medo de empregar níveis consideráveis de força militar convencional uma contra a outra", disse. "Os riscos de escalada são reais. E eles podem muito bem aumentar, e rapidamente".

O Paquistão afirmou que mais de 50 aeronaves civis voavam pelo espaço aéreo do país na quarta-feira, quando a Índia atacou o país. "Havia vários aviões comerciais com milhares de passageiros cujas vidas foram colocadas em grave perigo. Esses voos não eram apenas paquistaneses, mas também sauditas, do Catar, da Emirates, da Etihad, da Gulf Air, chineses e coreanos", disse o general Ahmed Sharif Chaudhry, porta-voz do exército.

Ontem, as companhias aéreas Etihad, Emirates e Qatar Airways cancelaram ou foram forçadas a desviar voos com destino ao Paquistão. Aeroportos em cidades do norte da Índia, como Dharamshala, Leh, Jammu, Srinagar e Amritsar, foram fechados.

Reação

EUA, Reino Unido, União Europeia, China, Rússia e Turquia, os principais atores com influência sobre os dois países, tentaram abaixar a temperatura da crise. O presidente americano, Donald Trump, se colocou à disposição para "ajudar". "O que eu puder fazer para que eles parem, eu farei", disse.

Diplomatas americanos têm mantido contato constante com autoridades paquistanesas e indianas. Tulsi Gabbard, diretora de inteligência nacional dos EUA, está em contato frequente com o governo da Índia para tentar acalmar a situação.

A China também pediu calma. Pequim é o maior investidor estrangeiro no Paquistão e tem várias disputas de fronteira com a Índia, incluindo uma na parte nordeste da região da Caxemira. "Pedimos à Índia e ao Paquistão que priorizem a paz e a estabilidade, mantenham a calma e a moderação e evitem tomar medidas que possam complicar ainda mais a situação", disse a chancelaria chinesa, em comunicado.

Os pedidos, no entanto, foram ignorados. Desde as primeiras horas da manhã, houve troca pesada de disparos entre soldados indianos e paquistaneses na Linha de Controle, a fronteira de fato que divide a Caxemira. De acordo com autoridades da Índia, pelo menos 12 civis indianos foram mortos. O Paquistão informou que pelo menos cinco pessoas haviam morrido ontem por bombardeios em seu lado da Caxemira.

Como a troca de fogo, milhares de moradores do lado indiano foram forçados a fugir para áreas mais seguras. Eles se disseram aterrorizados em meio ao que chamaram de "chuva de fogo de artilharia" que danificou casas, um templo sikh, campos agrícolas e veículos.

Do lado paquistanês, o estrago à infraestrutura civil foi notório. Um dos ataques indianos atingiu a mesquita Subhan, na cidade de Bahawalpur, matando 13 pessoas. O prédio fica perto de um seminário que já foi QG do Jaish-e-Mohammed, grupo terrorista que entrou na clandestinidade em 2002.

Desde então, segundo o governo paquistanês, os militares não atuam no local. Representantes do Jaish-e-Mohammed, no entanto, admitiram que pelo menos dez parentes e quatro pessoas ligadas ao líder do grupo, Masood Azhar, foram mortos no ataque indiano.

Um outro ataque da Índia atingiu uma mesquita em Muridke. A história é semelhante. Um edifício localizado nas proximidades serviu como sede do Lashkar-e-Taiba até 2013, quando o Paquistão proibiu a organização e prendeu alguns de seus líderes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Com Agência Estado)

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