O ataque desta sexta-feira, 17, foi o primeiro do qual alguém escapou com vida desde que o presidente norte-americano Donald Trump começou a lançar operações na região no mês passado.
Não ficou imediatamente claro quantas pessoas foram mortas ou quantas sobreviveram.
Porta-vozes do Pentágono não responderam a questionamento sobre o tema. Trump, falando na Casa Branca nesta sexta-feira, reconheceu a operação, mas não ofereceu detalhes além de dizer que as forças americanas atacaram um "submarino" que estava "carregado" com drogas.
"Atacamos um submarino de transporte de drogas construído especificamente para o transporte de grandes quantidades", disse Trump ao receber o presidente ucraniano na Casa Branca.
O Secretário de Estado, Marco Rubio, não contestou a existência de sobreviventes, mas afirmou repetidamente que os detalhes seriam divulgados em breve.
Pessoas familiarizadas com o assunto disseram que os suspeitos foram alvejados enquanto estavam em um semissubmersível, uma embarcação que se move pela água parcialmente submersa, mas não consegue mergulhar completamente como um submarino.
Esses "narcosubmarinos", como às vezes são chamados, operam na região há anos, mas raramente são usados, sugerindo que os traficantes de drogas podem estar migrando para meios mais secretos na tentativa de driblar os crescentes esforços de vigilância dos EUA.
A Reuters foi a primeira a noticiar o ataque na noite de quinta-feira, 16. O ataque elevou o número de mortos na ação militar do governo Trump contra embarcações na região para pelo menos 28.
O governo tentou justificar os assassinatos alegando que os Estados Unidos estão em "conflito armado" com cartéis de drogas latino-americanos responsáveis por "envenenar" americanos, descrevendo tais grupos como organizações terroristas. Democratas no Congresso - e pelo menos um republicano - argumentaram que os ataques são um uso indefensável de força letal.
O destino dos indivíduos detidos levanta novas questões jurídicas significativas, disseram especialistas.
Charles Dunlap, ex-advogado geral adjunto da Força Aérea, disse que os detidos não têm todos os direitos garantidos aos prisioneiros de guerra, mas que ainda teriam que ser mantidos em uma instalação humana e, se julgados, teriam que ter o devido processo legal.
"Embora em teoria possa haver um caso para detenção militar, acredito que, neste caso, os cativos provavelmente serão entregues às autoridades policiais e, se os fatos justificarem, processados com vistas a um julgamento em tribunal civil por alegações de tráfico de drogas", disse ele.
O sigilo do governo Trump em relação a detalhes relacionados aos ataques - desde a natureza do conflito que está travando até a inteligência que sustenta suas alegações de que os alvos são traficantes de drogas - complica o caminho a seguir, disse Dunlap.
Ele observou que, se decidir acusar os sobreviventes em um tribunal dos EUA, o governo provavelmente será obrigado a revelar muitos dos detalhes que manteve em segredo enquanto atacava os barcos.
"O maior problema hoje", disse Dunlap, "é a falta de transparência do governo".
Os ataques aos barcos de transporte de drogas coincidiram com um grande aumento da presença militar no Caribe - e com a retórica cada vez mais hostil do governo contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. A onda de atividades alimentou especulações de que Trump pode estar se preparando para removê-lo do poder à força.
*Com agências internacionais.
(Com Agência Estado)
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