A juíza Silvana Ferrer Arruda, da 5ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou Ester do Nascimento Galli Negrão pelo crime de furto qualificado pelo abuso de confiança, cometido contra a empresa Atame Pós Graduação, na capital. Ela, que é filha do ex-deputado e pastor evangélico, Victório Galli (PP), se aproveitou da função que exercia no setor financeiro da empresa para subtrair cheques de clientes que estavam guardados em um cofre, depositando-os em sua própria conta e na de sua mãe.
De acordo com a sentença, entre novembro de 2008 e outubro de 2009, Ester, que trabalhava como auxiliar administrativa no setor financeiro da empresa, falsificou diversos cheques, que totalizavam cerca de R$ 32 mil, recebidos de alunos, que deveriam ser destinados à conta da instituição. O golpe foi descoberto após uma auditoria interna e confirmado pelo proprietário da empresa, Ildo Ademir Faccio, que relatou em juízo que a funcionária chegou a admitir o desvio e prometeu devolver o valor, mas não cumpriu o acordo.
Além de Ester, outras pessoas foram investigadas por envolvimento em furtos e estelionatos contra a mesma empresa, inclusive em um arrombamento ocorrido em dezembro de 2009, quando foram levados cheques, equipamentos eletrônicos e documentos, totalizando mais de R$ 220 mil em prejuízos. No entanto, de acordo com a sentença do dia 13 de julho de 2025, somente ficou comprovado um desvio de R$ 602 pela Ester. Os outros sete acusados foram absolvidos por falta de provas.
“A materialidade dos crimes está comprovada por intermédio do boletim de ocorrência, relatório policial, documentação que instrui os autos, bem como demais documentos acostados nos autos. Por outro lado, a autoria delitiva apenas restou demonstrada apenas com relação à acusada Ester, no que se refere ao crime de furto majorado pelo abuso de confiança”, destacou Silvana.
A magistrada destacou que as provas apresentadas, incluindo documentos e depoimentos colhidos em juízo, “não deixam dúvida quanto à responsabilidade criminal da acusada”. Testemunhas, como o representante da empresa vítima, afirmaram que os funcionários jamais receberam pagamentos com cheques de clientes e que Ester tinha acesso direto aos valores por ocupar cargo de confiança.
A filha do pastor foi condenada por furto com continuidade delitiva. A pena foi fixada em dois anos e quatro meses de reclusão, em regime aberto, além do pagamento de 11 dias-multa. Apesar disso, pela pena ser inferior a quatro anos, a prisão foi substituída por duas penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e pagamento de um salário mínimo a uma entidade filantrópica.
Ester também foi condenada a indenizar a empresa Atame em R$ 602, valor referente ao prejuízo material comprovado nos autos.
LIGAÇÕES PERIGOSAS
Entre os suspeitos inocentados nessa sentença está Elzyo Jardel Xavier Pires. Ele, que já foi assessor parlamentar, está preso por envolvimento com o Comando Vermelho. Ele foi alvo de duas operações policiais, a Ragnatela e Apito Final.
Ele foi acusado de ter participado, junto com outros réus, do arrombamento de cofres e subtração de 617 cheques, equipamentos eletrônicos e talonários de bancos, além de fraudes bancárias. Em juízo, Elzyo negou envolvimento, alegando que sua conta bancária foi usada por outra pessoa para receber valores de venda de um carro e afirmou não ter conhecimento dos crimes investigados.
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